terça-feira, 16 de maio de 2017

Defesa alega que servidor já era fazendeiro e acusações são genéricas

                                             
Portal Correio do Esstado


A defesa de Jodascil da Silva Lopes, último investigado na 3ª fase da Operação Lama Asfáltica, alegou que ele era fazendeiro antes de se tornar servidor público. Apontado como responsável por arrecadar propina da Águas Guariroba, ele se apresentou ontem à Polícia Federal depois de quatro dias foragido.  

De acordo com a advogada Andréa Flores, Jodascil tem propriedade rural desde 2000. “Ele entrou para o Governo em 2007. Em 2006, ele já tinha três fazendas e três mil cabeças de gado. Então ele não virou fazendeiro depois da Secretaria de Educação”, declarou.

INVESTIGAÇÃO

Jodascil é suspeito do crime de peculato (desvio de dinheiro público por servidor) na contratação da gráfica Alvorada, em 2014. Ele trabalhou como coordenador de administração e apoio escolar da Secretaria de Estado de Educação (SED).

Ele ainda é apontado como possível arrecadador de propina paga pela Águas Guariroba em procedimento de aquisição de milhares de livros do filho do ex-governador André Puccinelli (PMDB).

DEFESA

Agentes foram atrás do investigado na quinta-feira (11), quando foi deflagrada a Operação Máquinas de Lama, mas ele não foi encontrado. Contra ele havia um mandado de prisão preventiva expedido pela juíza federal substituta Monique Marchioli Leite, da 3ª Vara Federal de Campo Grande. Até ontem, Jodascil Lopes era considerado foragido.

Segundo a advogada, ele estava em fazenda na cidade de Jardim e foi informado sobre o mandado de prisão pela filha. Isto porque a energia elétrica havia acabado na região e ele estava incomunicável.

“A gente já entrou com pedido de revogação da preventiva na sexta-feira (12). Se houver alguma negativa a gente vai entrar com habeas corpus”, detalhou Andréa.

A advogada pontuou ainda que, por enquanto, os crimes pelos quais ele é investigado são genéricos. “Peculato, corrupção, lavagem de dinheiro, organização criminosa. Então na verdade não há uma especificidade”.

Ela afirmou que, durante o depoimento, eles explicaram quais eram os procedimentos nos processos em que ele atuou. “Se o delegado tiver alguma dúvida ele tem a fase judicial para exercer a ampla defesa”, finalizou.

LAMA ASFÁLTICA

Polícia Federal, Controladoria Geral da União e Receita Federal deflagraram, na quinta-feira (11), a quarta fase da Operação Lama Asfáltica - Máquinas de Lama.

Objetivo da ação policial foi desarticular organização criminosa que desviou recursos públicos com direcionamento de licitações, superfaturamento de obras, aquisição falsas ou ilícita de produtos e corrupção de servidores.

A estimativa é de que o prejuízo causado aos cofres públicos seja de aproximadamente R$ 150 milhões.

Esta nova fase da investigação resulta da análise dos materiais apreendidos em fases anteriores. De acordo com a polícia, são evidentes as provas de desvios e superfaturamentos em obras públicas, com o direcionamento de licitações e o uso de documentos falsos que justificavam a continuidade e o aditamento de contratos, com a conivência de servidores públicos.

Colaborou Gerson Oliveira


 - Foto: Gerson Oliveira/Correio do Estado

Nenhum comentário: