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Pouco depois da 26ª fase da Operação Lava Jato ter revelado que a empreiteira Odebrecht possuía uma espécie de “departamento de propina” com mais de 200 políticos envolvidos em planilhas de pagamentos, investigações apontam para o fato de que o esquema possa ter tido origem no governo José Sarney.
Segundo documentos divulgados por reportagem do UOL deste fim de semana, os procedimentos adotados para o pagamento das propinas na época eram bem semelhantes aos de hoje. Entre os envolvidos, há ex-ministros, senadores, deputados e governadores de partidos como PSDB, PMDB e PFL (atual DEM).
A gestão de Sarney – que herdou o 1º cargo da redemocratização após a morte de Tancredo Neves – começou no ano de 1985 e foi até 1989, quando Fernando Collor, então no PRN, assumiu. É possível que o esquema tenha perdurado pelos diferentes governos até atualmente.
No entanto, o blogueiro Fernando Rodrigues, também do portal UOL, foi além e apontou que há indícios de que a “relação promíscua” do Estado com construtoras começou nos anos 70, na ditadura militar. O jornalista lembrou do decreto do presidente Artur Costa e Silva, que em 1969 proibiu empresas estrangeiras de atuar na construção civil do país – até 1960, a Odebrecht era somente uma construtora baiana local.
Assim como no esquema revelado pela Lava Jato na última terça (22), essa planilha também tinha codinomes dos políticos – Fernando Collor é o “Mel”, Jader Barbalho o “Whisky” e Roseana Sarney a “Princesa”, por exemplo.
Outro documento, esse divulgado pelo site da revista Veja, mostra que a Odebrecht pode ter contado ainda com o apoio de grandes cervejarias, como o grupo Petrópolis, para mascarar doações eleitorais no valor de aproximadamente R$ 30 milhões.
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