Documentos da delação premiada feita por Delcídio do Amaral (suspenso do PT) pouco antes de sair da prisão, em 19 de fevereiro, revelam que a presidente Dilma Rousseff (PT) tentou atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato por três vezes. A revista Istoé teve acesso às 400 páginas da delação e afirma que as revelações do senador complicam de vez a presidente e abrem caminho para apressar o processo de impeachment.
Conforme a publicação, está nas mãos no ministro Teori Zavascki decidir se a delação de Delcídio será homologada ou não. O depoimento foi feito para agentes da Polícia Federal antes da saída do senador da cadeia. Até o momento, a defesa de Delcídio nega que o senador fez acordo de delação.
A presidente Dilma tentou interferir na Lava Jato por três vezes, com ajuda do ex-ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. “É indiscutível e inegável a movimentação sistemática do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo e da própria presidente Dilma Rousseff no sentido de promover a soltura de réus presos na operação”, afirmou Delcídio na delação.
No depoimento, o senador teria revelado, ainda, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também atuou para ajudar investigados pela operação. Ele teria articulado o encontro entre Delcídio e Bruno Cerveró, filho do ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, e que levou a prisão do senador, em 25 de novembro do ano passado.
Confira abaixo as três tentativas da presidente de interferir na operação:
A primeira investida do Planalto para tentar alterar os rumos da Lava Jato salta aos olhos pela ousadia: o encontro realizado em 07/07/2015 (18 dias após a prisão de Marcelo Odebrecht e Otávio Azevedo) entre Dilma, José Eduardo e o presidente do STF, Ricardo Levandowski, numa escala em Porto (Portugal) para supostamente falar sobre o reajuste de verbas do Poder Judiciário. A razão apontada pela Presidência é absolutamente injustificável... ...A razão principal do encontro, em verdade, foi a mudança nos rumos da Lava Jato. Contudo, a reunião foi uma fracasso, em função do posicionamento retilíneo do ministro Lavandowski, ao afirmar que não se envolveria.
Em virtude da falta de êxito na primeira investida, mudou-se a estratégia, que se voltou, então, para o STJ, José Eduardo esteve em Florianópolis em agenda institucional... ... A ideia era indicar para uma das vagas no STJ o presidente do TJ de Santa Catarina, Nelson Schaefer. Em contrapartida, o ministro convocado, Dr. Trisotto, votaria pela libertação dos acusados Marcelo Odebrecht e Otavio Azevedo. A investida foi em vão porque Trisotto se negou a assumir tal responsabilidade espúria. Mais um fracasso de José Eduardo em conseguir uma nomeação”.
Após os dois fracassos anteriores, rapidamente desenhou-se uma nova solução que passava pela nomeação de Marcelo Navarro, desembargador do TRF da 5ª Região, muito ligado ao ministro e presidente do STJ, Dr. Francisco Falcão. Tal nomeação seria relevante para o governo, pois o nomeado entraria na vaga detentora de prevenção para o julgamento de todos os Habeas Corpus e recursos da Lava Jato no STJ. Na semana da definição da nova estratégia, Delcídio do Amaral esteve com a presidente Dilma no Palácio da Alvorada para uma conversa privada. Conversaram enquanto caminhavam pelos jardins do Palácio e Dilma solicitou que Delcídio conversasse com o desembargador Marcelo Navarro a fim de que ele confirmasse o compromisso de soltura de Marcelo e de Otavio.
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quinta-feira, 3 de março de 2016
Delação de senador pode acelerar impeachment de Dilma
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