Jornal do Brasil
Parlamentares defendem que a Câmara mantenha no projeto da minirreforma eleitoral (PL 5735/13) a proibição, aprovada pelo Senado, de doação de empresas para campanhas eleitorais. Esse ponto, no entanto, não teve o aval do relator, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ), que votou a favor do texto da Câmara: empresas poderão doar para partidos, não para candidatos, com limites estabelecidos pela lei.
O deputado Alessandro Molon (PT-RJ) disse que a mudança no Senado foi motivada pela pressão da sociedade. “Temos a oportunidade de mostrar que queremos fazer o que o povo quer de nós, de limitar o poder do dinheiro nas eleições. É uma segunda chance”, comentou.
Esse aspecto também foi defendido pelo deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB-MA). “É uma única medida que irá mudar profundamente a forma de se fazer política. Caso contrário, muda tudo para não mudar nada”, afirmou.
O deputado Assis Carvalho (PT-PI) adiantou que também será favorável ao texto dos senadores. “Não é a proposta ideal, mas é bem mais avançada. Teve a firmeza de dizer que não concorda que cada parlamentar tenha um dono, uma empresa que lhe compre, lhe financie, lhe diga quanto custa o seu mandato”, avaliou.
Críticas
Houve, no entanto, críticas ao texto do Senado. O deputado Davidson Magalhães (PCdoB-BA) argumentou que, embora os senadores tenham avançado no fim do financiamento das empresas, enfraqueceu os partidos com a janela partidária, esvaziando os esforços de fidelidade às legendas. “O que saiu do Senado não é uma janela, é uma porta escancarada para permitir o fluxo de conveniência”, contestou.
Por sua vez, o deputado Paulo Abi Ackel (PSDB-MG) pediu mais tempo para a votação. “Os parlamentares não conhecem profundamente o texto aprovado pelo Senado. Vamos discutir a reforma política sem o aprofundamento do debate e a discussão plena dos temas “, apontou.
O deputado Afonso Motta (PDT-RS), por outro lado, destacou que temas como financiamento de campanhas e redução das campanhas já estão sendo discutidos há muito tempo. “Não tem por que ter dificuldades em votar essa matéria”, sustentou.
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