sábado, 29 de setembro de 2012

Em show , Planet Hemp volta a pedir legalização da maconha


Após um hiato de 10 anos, o Planet Hemp voltou a se reunir na madrugada deste sábado (29) no palco do Circo Voador, centro do Rio. Antes dos integrantes se apresentarem, um personagem bem humorado surgiu no telão fazendo apologia ao uso da maconha.  O público, que lotou o local, recebeu com euforia a brincadeira.
Em seguida, uma vinheta explicava aos presentes algumas dicas para sobreviver ao show; dentre elas estava saber enrolar um cigarro de maconha. Foi nesse tom descontraído e de exaltação à liberdade de expressão que D2 e sua trupe, formada ainda por Bnegão (vocal), Rafael (guitarra), Formigão (baixo) e Bacalhau (bateria), se reuniu para fazer parte das comemorações dos 30 anos da casa de espetáculos carioca que na década de 80 foi responsável por impulsionar artistas como o Barão Vermelho e Legião Urbana.
Sem se preocupar com as polêmicas do passado - D2 chegou a ser preso em 1997 por fazer apologia à maconha - o Planet Hemp dividiu o show em três partes, todas elas focando na legalização da maconha.
Show dividido em atos
O primeiro, "O Usuário e a Luta pela Legalização da Maconha", foi aberto com o hit "Legalize Já", do álbum "Usuário", de 1993, o primeiro da banda. "A esquadrilha da fumaça está de volta", disse D2 para delírio da plateia que lotou a casa e esgotou os ingressos em apenas duas horas.
Na sequência vieram "Deis Daz Seis", "Dig Dig Dig" e "Planet Hemp". Ao lado de BNegão, D2 não se cansava de elogiar o público e, bebericando um copo de cerveja, brincava: "Há dez anos atrás parecia mais fácil cantar essas músicas".
"Fazendo a Cabeça", "Futuro do País", "Phunky Budha", "Mary Jane" e "Bala Perdida" completaram o ato, todo dedicado ao primeiro trabalho do grupo.
"Ficamos dez anos longe e ensaiamos só cinco dias, tá bom né?", disse D2 antes de dar continuidade ao segundo ato, intitulado "Os Cães Ladram Mas a Caravana Não Para", este dedicado ao segundo álbum do Planet Hemp, de mesmo nome, lançado em 1997.
"Nesse ano fui preso, mas vamos continuar queimando tudo até a última ponta", bradou D2 mais uma vez para excitação do público que emendou em uníssono "Queimando Tudo" e "Quem Tem Seda", esta última embalada pela voz de Bnegão. O set abriu espaço ainda para o samba, gênero explorado por D2 no álbum solo "À Procura da Batida Perfeita".
"Fiquei em dúvida se seria bom incluir essa canção", revelou ele antes de cantar um medley de "Nêga do Cabelo Duro" e "Eu Bebo Sim". O ato foi fechado com "Adoled" e "100% Hardcore". D2 chegou a se jogar no meio do público. Durante a apresentação, alguns fãs tentaram invadir o palco, mas foram contidos pelos seguranças.
O terceiro e último ato, "A Invasão do Sagaz Homem Fumaça", começou o "Ex-Quadrilha da Fumaça" e teve ponto alto com "Samba Makossa", homenagem feita pelo Planet Hemp a Chico Science, fundador do Nação Zumbi. No telão, imagens de Chico foram exibidas. "Viva Chico Science", celebrou D2. A apresentação chegou ao fim com "Mantenha o Respeito".
Sem sair do palco, D2 e Bnegão ainda fizeram um medley com as músicas cantadas em cada um dos atos. "Vocês já beberam o que tinham para beber, já fumaram o que tinham para fumar, acho que vai ficar difícil ir embora. Vou criar um quarto ato, é o ato cada um por si", brincou o músico ao final das quase duas horas de show.
O próximo show do Planet Hemp acontece neste sábado em Porto Alegre. Entre novembro e dezembro, o grupo se apresentará ainda em Florianópolis, Fortaleza, Recife, Salvador e Manaus.
Veja as músicas que o Planet Hemp tocou no show no Rio:
Intro (Não Compre Plante)
Legalize Já
Deisdazseis
Dig Dig Dig
Planet Hemp
Fazendo a Cabeça
Futuro do País
Phunky Buddha
Bala Perdida
Zero Vinte Um
Queimando Tudo
Quem Tem Seda
Gorilla Grip
Seus Amigos
Nega do Cabelo Duro
Hip Hop Rio
Adoled
100% Hardcore
Ex-Quadrilha da Fumaça
Raprockandrollpsicodelia
Stab
Contexto
Procedência CD
A Culpa é de Quem
Samba Makossa
Mantenha o Respeito
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