Kadijah Suleiman
Biotecnologia para induzir superovulação de vacas e terneiras aptas à reprodução contribui para aumento da safra de bezerros
A demanda global por alimentos de origem animal está em constante crescimento, e de acordo com a FAO, espera-se que a oferta dobre até 2050, quando a população mundial se aproximará de 10 bilhões de habitantes. Nesse contexto, a tecnologia desempenhará um papel crucial, sendo responsável por cerca de 70% do aumento na produção, conforme destaca Guilherme Moura, médico-veterinário e gerente técnico de animais de produção da Vetoquinol Saúde Animal.
Com a pressão crescente para aumentar a produção de alimentos, especialmente carne e leite, a eficiência nos métodos de reprodução torna-se fundamental. Naturalmente, uma vaca pode gerar apenas um bezerro por ano, e há riscos de falha na gestação por diversos motivos, afetando não apenas o abastecimento alimentar, mas também a viabilidade econômica dos projetos pecuários. Moura enfatiza a importância de utilizar biotecnologias reprodutivas para otimizar a produtividade pecuária diante desses desafios.
Entre as técnicas utilizadas, destaca-se a superovulação de vacas e novilhas. Ao identificar fêmeas com genética superior para a produção de carne ou leite, é possível induzir a superovulação por meio de ferramentas como o extrato de hormônio folículo-estimulante (FSH) de hipófises suínas. Isso possibilita que uma vaca, que normalmente geraria apenas um bezerro por ano, produza 20 ou mais bezerros no mesmo período, contribuindo significativamente para a eficiência reprodutiva e a oferta de alimentos. Além disso, a superovulação induzida permite a coleta de um grande número de óvulos para a realização de Fertilização In Vitro (FIV) e a formação de embriões na Transferência de Embriões In Vivo (TE).
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