Foi com muita emoção. Diogo Barbosa garantiu a medalha de prata no individual geral dos Jogos Pan-Americanos, nesta segunda-feira. Depois de começar em oitavo, Diogo foi subindo aos poucos, entrou na zona de medalhas no penúltimo aparelho, e garantiu a presença no pódio ao cravar a apresentação no barra fixa. Com 81.865, Diogo ficou atrás apenas de Felix Dolci (82.531), do Canadá. Donnell Whittenburg, dos Estados Unidos, foi bronze, com 81.764.
Mais do que as medalhas em disputa, o Brasil estava de olho na vaga olímpica que seria dada na disputa do individual geral. Arthur Nory foi o escolhido pela Confederação Brasileira de Ginástica. Para isso, precisava ser o melhor da disputa geral, podendo ficar atrás de americanos, canadenses e de Diogo Barbosa, todos já garantidos em Paris. Infelizmente, o atleta sentiu o ombro nas barras simétricas e acabou em nono, com 77.932 pontos. Na saída da área de competição, chorava.
- Nem preciso explicar direito. Já chorei tanto desde a final por equipes, chorei muito na final de barra, antes aqui de entrar. Eu sabia o quão é puxado a competição, mas tô aqui. Eu sei que é um papel muito difícil, mas não deixei a oportunidade cair em nenhum momento. Não desisti em nenhum momento. Eu tô firme, sempre disposto para poder representar minha modalidade, para poder representar o meu país da melhor forma possível. Infelizmente, erros acontecem. A lágrima é porque a gente sabe que dá, a gente sabe que é possível. Em alguns momentos não vem, então é trabalhar bastante. Mas já chorei o que tinha para chorar. Agora é virar a chave para amanhã, final de solo, e depois salto e barra.
Como Nory não conquistou a vaga pelo Pan, o Brasil segue com duas vagas garantidas - a de Diogo e mais uma que caberá à CBG definir. Uma terceira vaga pode vir pelo ranking da Copa do Mundo. Os dois melhores atletas de cada aparelho garantem vaga em Paris, mas o Brasil só poderá levar três atletas. O ranking fecha no primeiro semestre de 2024.
Solo
Os brasileiros fizeram a primeira rotação no solo. Nory, bronze nas Olimpíadas do Rio, fez uma boa apresentação e cravou 13.833. Diogo teve uma das aterrissagens um pouco mais baixa e acabou com uma nota menor do que poderia: 13.400. Nory abriu a disputa em 5º e Diogo em 8 º.
Cavalo com alças
Diogo não se abateu e fez uma bela apresentação no cavalo com alças, cravando 13.766 e subiu para segundo na classificação. Nory apresentou uma série muito simples e a nota de 11.933 jogou o brasileiro para 15º.
Argolas
Nas argolas, terceiro aparelho da tarde, Diogo fez 13.233 e fechou em 5º na classificação geral. Nory, que voltou a competir no aparelho apenas para tentar a vaga olímpica, fez 12.500 e seguiu em 15º.
Salto
Nory e Diogo fizeram o mesmo salto. Nory executou melhor e fez 14.333, subindo para a 14ª posição a 0,8 da vaga olímpica. Diogo marcou 14.033 e também subiu na tabela, ficando em quarto, a apenas 0,4 da medalha de bronze faltando dois aparelhos.
Barras paralelas
A vaga olímpica foi perdida na quinta rotação. Aparentando sentir o ombro, Nory parou por duas vezes a prova e fez apenas 10.833. Já Diogo fez uma bela nota (13.833) e entrou de vez na briga por medalha, subindo para a terceira posição.
Barra fixa
Felix Dolci, do Canadá, que vinha liderando a competição, caiu no aparelho, fez apenas 12.833, abrindo a chance para que os adversários tentassem o ultrapassar. Diogo fez uma apresentação segura, marcou 13.600, mas não o suficiente para passar o canadense. Precisou esperar as apresentações dos dois americanos para saber se iria ao pódio. Donnell Whittenburg fez 13.066 e ficou atrás do brasileiro.
A medalha estava garantida. A questão agora era a cor da medalha. Faltava Cameron Bock, que não poderia ultrapassar 13.600.Ele caiu, fez apenas 12.466 e Diogo ficou com a prata. Nory fez uma bela prova e fechou com 14.500. (Com ge)
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