segunda-feira, 10 de julho de 2023

Agesul interdita ponte e "isola" hotéis da região do Passo do Lontra

 

                                            Reprodução/ Comunicação Agesul


Por pelo menos oito dias um trecho de acesso à região pantaneira do Passo do Lontra, que deveria ser feito em cerca de 8 km, ganhou desvio de pelo menos 200 km, em trajeto que inclui até mesmo travessia de balsa pelo Rio Paraguai, graças à manutenção em uma ponte da região.


Conforme a Agesul (Agência Estadual de Gestão de Empreendimentos de Mato Grosso do Sul), as interdições na rodovia MS-184, para o serviço na ponta de madeira sobre a vazante 49, devem começar hoje, com duração de pouco mais de uma semana. 


Vale lembrar que, a liberação do trecho só deverá acontecer quando essa obra - de reparos na cabeira da estrutura da ponte da MS-184 - for concluída. Até lá o desvio alternativo por Albuquerque é a única alternativa para quem vai rumo ao oeste de Mato Grosso do Sul. 


Com isso, turistas que saem de Bonito ou da Capital em direção ao Pantanal, para o passeio na Estrada Parque, além dos cerca de 192 km adicionados ao trajeto, precisam esperar a demorada balsa para atravessar o Rio Paraguai.  



Como detalha um atendente de hotel da região, os turistas até chegam ao local, mas precisam atravessar o distrito de Albuquerque e pegar a Curva do Leque até sair no asfalto. 


"Atravessa a ponte do Rio Paraguai e depois chega no Buraco das Piranhas. Dá quase 200 km", frisa a atendente do hotel Pantanal Jungle Lodge, que fica localizado na Estrada Parque. 


Quanto à localização da ponte em manutenção, ela frisa que é, sim, a que dá acesso ao Passo do Lontra, em trecho entre o Buraco das Piranhas e a ponte de concreto, "antiga de madeira aqui onde dá acesso à região de fato", pontua. 


Turismo

Foco do turismo pantaneiro, mesmo quem aproveita as férias ou um passeio em Bonito, tem - ou tinha, até então - a oportunidade de percorrer a Estrada Parque e voltar para pernoitar no município de rios com águas translúcidas de Mato Grosso do Sul. 


Ainda assim, como aponta a rede de turismo local, mesmo na cheia a Estrada Parque não chegou a ficar submersa, atualmente, inclusive, terminando de secar o acúmulo de água na região. 


Criada pelo Governo do Estado em março de 1993, essa AEIT (Área de Especial Interesse Turístico) [Estrada Parque Pantanal], tem área de cerca de 6.800 hectares, dos quais 85% no município de Corumbá, conforme levantamento do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul). 


Com trechos das rodovias MS 184 e 228, a Estrada Parque compreende ainda os municípios de Miranda e Ladário, com 116 km de estrada de terra e 74 pontes de madeira.


Antiga estrada boiadeira, do tempo das expedições do sertanista Cândido Mariano Rondon, a estrada tem conexão com a BR-262 nos dois extremos, cruzando planície até Corumbá, com trecho atrativo (60 km) pegando o trevo com essa rodovia, a 100 km de Miranda, até o Rio Paraguai, no Porto da Manga.


Uma das regiões mais biodiversas, é possível encontrar toda sorte de fauna, com as próprias vazantes - que escoam as águas de cheias - sendo uma ótima parada para observar jacarés, lontras, capivaras, tuiuiús e garças. 


É possível até mesmo a pesca de piranhas, onde no Passo do Lontra encontram-se comunidades de pescadores e catadores de iscas que margeiam o Rio Miranda e oferecem estadia para turistas. 


Há também área de acampamento para até 150 pessoas, assim como redes hoteleiras que oferecem estrutura diversificada de lazer e descanso. 



LEO RIBEIRO

Com o Portal Correio do Estado

 

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