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Um acordo que permite a exportação segura de grãos e fertilizantes em tempo de guerra dos portos ucranianos do Mar Negro ainda não retomou suas operações, disse a Organização das Nações Unidas na sexta-feira, tendo chegado a um impasse antes da decisão da Rússia na semana passada de estendê-lo.
O pacto denominado Black Sea Grain Initiative, mediado pelas Nações Unidas e pela Turquia em julho passado com a Rússia e a Ucrânia para tentar aliviar uma crise alimentar global agravada pela invasão de Moscou na Ucrânia, abrange três portos, mas nenhum navio foi autorizado a viajar para porto de Pivdennyi (Yuzhny) desde 29 de abril, disse a ONU.
As Nações Unidas e a Turquia "estão trabalhando em estreita colaboração com o restante das partes com o objetivo de retomar as operações completas... e levantar todos os impedimentos que obstruem as operações e limitam o escopo da Iniciativa", disse a ONU em um comunicado.
A Ucrânia acusou a Rússia na terça-feira de cortar efetivamente o porto de Pivdennyi do acordo do Mar Negro, enquanto a Rússia reclamava que não tinha conseguido exportar amônia por meio de um oleoduto para Pivdennyi sob o acordo.
A ONU disse na sexta-feira que o acordo do Mar Negro também prevê a exportação de fertilizantes, incluindo amônia, mas "não houve tal exportação até agora".
"A Rússia está pronta sem demora, em questão de dias, para lançar o oleoduto de amônia Togliatti-Odesa, enquanto Kiev o está paralisando há quase um ano, impondo novas condições", disse a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, na sexta-feira.
Uma fonte do governo ucraniano disse à Reuters na semana passada que Kiev consideraria permitir que a amônia russa transitasse em seu território para exportação se o acordo de grãos do Mar Negro fosse expandido para incluir mais portos ucranianos e uma gama mais ampla de commodities.
BAIXA INSPEÇÃO
Sob o acordo de exportação de grãos do Mar Negro, um Centro de Coordenação Conjunta (JCC) em Istambul - composto por funcionários da Ucrânia, Rússia, Turquia e da ONU - autoriza navios e realiza inspeções de entrada e saída das embarcações. "De acordo com informações compartilhadas pela delegação ucraniana com as partes no JCC, há 54 navios esperando para se deslocar para portos ucranianos. Destes, 11 pedidos foram compartilhados com o JCC para registro", disse a ONU.
Nenhum novo navio foi registrado na quinta-feira pelo JCC, mas dois foram acordados na sexta-feira, disse a ONU, acrescentando que atualmente existem 13 navios carregando em portos ucranianos - seis em Chornomorsk e sete em Odesa.
Ele também disse que o número médio de inspeções diárias de entrada e saída caiu para 3,2 em maio - o nível mais baixo desde o início das operações em agosto.
A Rússia sinalizou na quinta-feira que, se as demandas para melhorar suas exportações de grãos e fertilizantes não forem atendidas, não estenderá o acordo além de 17 de julho. Fez a mesma ameaça e exigências em março, antes de concordar na semana passada em renová-lo por 60 dias.
A Rússia parece ter priorizado duas demandas específicas: reiniciar o oleoduto para transportar amônia russa para o porto de Pivdennyi, na Ucrânia, para exportação para mercados globais; e reconectar o banco agrícola da Rússia, conhecido como Rosselkhozbank, à rede internacional de pagamentos SWIFT.
Para ajudar a convencer a Rússia a permitir que a Ucrânia retome as exportações de grãos do Mar Negro, um pacto de três anos também foi firmado em julho passado, no qual a ONU concordou em ajudar Moscou a realizar seus embarques de alimentos e fertilizantes.
Fonte: Reuters com tradução Agrolink*
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