Gerson Oliveira Correio do Estado
O presidente Donald Trump assinou, nesta sexta-feira (14), um decreto que retira tarifas dos Estados Unidos sobre importações de produtos agropecuários como carne bovina, banana, café e tomate, em um momento em que o governo está sob pressão para reduzir o custo de vida dos americanos.
O decreto presidencial determina que alguns produtos agrícolas estarão isentos das tarifas “recíprocas” impostas este ano, após analisar questões como a capacidade de produção nacional de certos bens nos Estados Unidos.
Serão mantidas, portanto, as tarifas gerais de 10%, porcentual mínimo válido para todos os países.
Segundo a Casa Branca, a medida modifica "o escopo das tarifas recíprocas que ele [Donald Trump] anunciou inicialmente em 2 de abril de 2025".
Na ocasião, o presidente dos Estados Unidos impôs um tarifaço global a produtos importados de vários países, e confirmou uma taxa de 10% para os produtos brasileiros. No evento, ele comunicou a aplicação de tarifa de 20% sobre a União Europeia, 34% sobre a China e 46% sobre o Vietnã.
O Brasil é um dos principais interessados na retirada das tarifas e o decreto beneficia diretamente as exportações brasileiras.
O País é o maior produtor de café do mundo e o maior vendedor para o mercado americano. Mas, com tarifas de 50% (soma da recíproca e de uma tarifa adicional punitiva), o produto havia perdido competitividade frente a outros exportadores. As exportações de carne também haviam sido afetadas pelas tarifas de 50%.
Ao comentar a medida, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, afirmou que o alívio tarifário dos EUA “vai permitir a retomada das exportações do agro brasileiro”.
O Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços informou que está analisando a Ordem Executiva assinada por Trump.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) disse, em nota, que “a redução tarifária devolve previsibilidade ao setor e cria condições mais adequadas para o bom funcionamento do comércio”.
Em nota, o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) informou que está analisando se a Ordem Executiva se aplica "à tarifa base de 10%, à de 40% [adicional] ou a ambas".
"O Cecafé está em contato com seus pares americanos, neste momento, para analisar, cuidadosamente, a situação e termos noção do real cenário que se apresenta", diz o comunicado.
* Com Estadão Conteúdo e Agência Brasil

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