Correio do Estado Foto:Divulgação senado
Pagamento durou 10 meses e valor foi depositado em conta
O diretor de relações institucionais e governo da JBS, Ricardo Saud, disse em sua delação, no âmbito da Operação Lava Jato, que o senador cassado Delcídio do Amaral (sem partido) foi beneficiado.
Segundo ele, o então candidato a governador de Mato Groso do Sul recebeu do grupo de frigorífico um mensalinho de R$ 500 mil por mês, durante dez meses. No total foram R$ 5 milhões doados sem nada em troca a princípio.
Na conversa com o ex-petista foi feita proposta. “Se você ganhar vamos trabalhar com o Tare (Termo de Acordo de Regime Especial). Já vem lá desde o Zeca (do PT), André Puccinelli (PMDB), esse pessoal todo já faz esse acordo conosco. Você mantém esse Tare? Ele afirmou que mantinha”.
Com o acordo, Saud afirma que abriram crédito para Delcídio, como se fosse uma conta corrente de empréstimo.
“Depois ele já pagava a gente se ele ganhasse a eleição. Se não, ele ia achar um jeito de pagar a gente”. Além disso, foram emitidas R$ 5,3 milhões em notas frias diversas, com empresas indicadas pelo ex-senador.
“O mensalinho nós demos mesmo. O outro nós íamos cobrar se caso ele virasse governador, do que ele ia receber do Tare nós descontaríamos. Ainda teve R$ 6,2 milhões pago em dinheiro vivo e 1.110 em doações oficiais dissimuladas para o próprio senador”.
O diretor faz questão de ressaltar na delação como funcionava o sistema político. “Aqui não tem nada de graça. Era tudo em troca do Tare. Tudo é propina. Só que aí ele perdeu a eleição. Você prendeu ele e nós perdemos. Ele não vai pagar nós nunca mais”. Delcídio considerou absurda e improcedente a acusação do executivo da JBS.
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