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segunda-feira, 9 de janeiro de 2017
Ano confuso para a bovinocultura
“Faltou gado, mas sobrou carne” em Mato Grosso. É assim que o setor resume a bovinocultura de corte em 2016 e essa realidade como frisa ditou a movimentação das cotações do boi gordo no Estado.
Os analistas do Imea (Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária) destacam que entender melhor o cenário do “faltou gado, mas sobrou carne” basta olhar a relação oferta/demanda”, exclamam.
Primeiramente, visualiza-se a oferta, que, com um processo de retenção das fêmeas em andamento, registrou acréscimo de 2,18% no comparativo com 2015 (acumulado de janeiro a novembro), abatendo 4,39 milhões de animais em 2016 (segundo menor volume dos últimos seis anos). Tal fato, isolado, caracteriza uma oferta “escassa” e pressionaria os preços para cima.
No entanto, a demanda não colaborou para a evolução das cotações do boi gordo em 2016, e, tanto internamente quanto no mercado externo, as vendas foram decepcionantes para Mato Grosso. No mercado interno, o índice elaborado na Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) do IBGE revela que o volume de vendas nos hipermercados brasileiros em 2016 foi o pior desde 2011, enquanto isso, as exportações de carne bovina mato-grossense registraram os piores volumes e receita desde 2012. “Desta forma, o fruto desta relação foi um preço do boi gordo variando positivamente apenas 1,15%(menor variação dos últimos quatro anos) no comparativo anual, estabelecendo-se em R$ 131,51/@”.
Ainda conforme explicam os analistas, em 2016, o mercado do boi gordo em Mato Grosso começou a sinalizar uma possível reversão do ciclo pecuário, registrando aumento no abate de bovinos no comparativo anual. “Contudo, no acumulado de janeiro a novembro de 2016 foi contabilizado o segundo menor volume de abate dos últimos seis anos, o que poderia ter proporcionado elevações nas cotações do boi gordo, se não fosse a demanda retraída diante da recessão econômica. Para 2017, esperam-se mais aumentos na oferta de animais, bem como uma recuperação gradual na demanda e, assim, a intensidade dessa relação oferta e demanda é quem vai ditar o mercado”
Outro destaque é o valor médio das carcaças dos bovinos abatidos. No Brasil foi de 247,06 kg/cabeça e em Mato Grosso 263,85 kg, valores recordes históricos, e podem demonstrar uma tecnificação da produção local, com animais vez mais pesados enviados à linha de abate.
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