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Uma situação "fora de controle".
É assim que as autoridades argentinas avaliam o aumento na população de castores na província de Terra do Fogo, no extremo sul do país.
Por causa disso, um plano radical está sendo preparado - ele prevê o sacrifício de cerca de 100 mil indivíduos da espécie, que não é nativa da região.
O problema é que, devido à ausência de predadores naturais, como ursos e coiotes, esses roedores se reproduziram rapidamente, se tornando uma espécie invasora que, segundo ambientalistas, ameaça a floresta local.
De acordo com as autoridades argentinas, os roedores já destruíram uma área equivalente a duas vezes o tamanho da capital do país, Buenos Aires.
A estimativa é que a região abrigue hoje mais de 100 mil castores - o plano é erradicar a espécie na Terra do Fogo.
Ameaça ao ecossistema
Adrian Schiavini, responsável pela Estratégia Nacional sobre Espécies Exóticas Invasoras, disse à imprensa local que os castores serão sacrificados de uma forma "humana, rápida e efetiva".
Ele explicou que a espécie também já causou um dano muito grande ao construir barragens no sistema de rios da região.
"O que era um córrego de montanha se transforma em uma série de reservatórios de água parada, e muitos seres que viviam ali não podem mais se movimentar", acrescentou.
Outro inconveniente causado pelos animais é que, ao contrário do que ocorre com as árvores da América do Norte, que podem voltar a crescer, as sul-americanas morrem depois de serem roídas por eles.
Além disso, as barragens que eles constroem produzem pântanos, nos quais muitas árvores são incapazes de crescer. Essas represas podem alcançar 100 metros de comprimento.
Schiavini contou que o plano é trazer caçadores especialistas em castores da América do Norte.
"A ideia é treinar um grupo de caçadores e escolher os melhores para que trabalhem em sete áreas piloto da Ilha Grande, na Terra do Fogo."
Ele afirmou esperar que a maior parte dos castores seja sacrificada em até quatro anos.
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