FolhaPress Foto:Divulgação
O presidente da Fifa, Gianni Infantino, fará a sua primeira visita nesta semana ao Brasil. Além dos encontros com os dirigentes do COI (Comitê Olímpico Internacional), Infantino é aguardado na CBF.
Eleito em fevereiro, ele tem uma reunião agendada com o presidente da entidade, Marco Polo Del Nero.
O encontro está inicialmente marcado para quinta (4), mesmo dia da estreia da seleção nos Jogos Olímpicos, em Brasília.
Os cartolas da CBF querem realizar a reunião na sede da CBF, no Rio. Por questão de segurança, o local do encontro poderá ser alterado.
Se a reunião ocorrer, Del Nero sairá fortalecido. Desde o ano passado, ele é investigado pelo Comitê de Ética da Fifa por ter se beneficiado de um esquema de recebimento de propina na venda de direitos de torneios no país e no exterior. Em dezembro, o FBI o denunciou por corrupção. Del Nero alega inocência.
Em março, logo após a posse do suíço, a Fifa havia pedido, em comunicado para a Justiça dos EUA, que queria receber parte do dinheiro recuperado pela autoridades norte-americanas no escândalo envolvendo dirigentes da entidade.
DINHEIRO EM JOGO
A Fifa pediu que Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Del Nero devolvessem US$ 5,3 milhões (cerca de R$ 17 milhões). Após o cartola recorrer, a Fifa recuou da cobrança.
Para o encontro com Infantino, Del Nero vai convocar alguns dirigentes de clubes. O presidente da Conmebol (entidade que comanda o futebol na América do Sul), Alejandro Domínguez, também participará da reunião.
Desde a prisão de Marin na Suíça no ano passado, o presidente da CBF não viaja para o exterior por temer ser preso pelo FBI. Ele não participou da eleição do suíço, mas mandou os representantes brasileiros votarem no cartola.
Em março, o presidente da Fifa visitou países da América do Sul, mas evitou se encontrar com Del Nero no Brasil.
SAMBA
Primeira mulher secretária-geral da Fifa, a senegalesa Fatma Samba Diouf Samoura, também chegará no Rio nesta semana. Ela já marcou encontro com cartolas da CBF.
Antes de assumir o cargo na Fifa em maio, nomeada por Infantino, Fatma trabalha em programas da ONU (Organização das Nações Unidas) desde 1995.
Com mestrado em inglês e espanhol na Universidade de Lyon, na França, e pós-mestrado em relações internacionais e comércio exterior no Institut d'Etudes Supérieures Spécialisées, em Estrasburgo, também na França, ela foi chamada para tentar reconstruir a imagem da Fifa.
Desde o ano passado, dezenas de dirigentes da entidade estão presos por corrupção. A senegalesa vai ocupar o cargo do francês Jérôme Valcke, também acusado de corrupção e que foi afastado da entidade em setembro de 2015.
ENFRAQUECIDO
Eleito com a missão de modernizar a Fifa em fevereiro, o suíço também está fragilizado. Em abril, dois meses após sua posse, ele foi um dos citados no "Panamá Papers", que revelou como um escritório local ajudava vários personalidades na abertura de empresas offshore pelo mundo. O objetivo muitas vezes era sonegar impostos ou lavar dinheiro.
Ex-secretário geral da Uefa (entidade que controla o futebol na Europa), Infantino aparece assinando acordos de direitos televisivos da época que trabalhava na confederação, entre 2003 e 2006.
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No dia seguinte, a Polícia Federal da Suíça realizou buscas na sede da Uefa para buscar documentos dos contratos de direitos televisivos da entidade com a empresa Cross Trading.
Na sequência, o Ministério Público da Suíça informou que há "suspeita de gestão criminosa" em negociações de venda de direitos de televisão de competições organizadas pela entidade europeia.
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