Correio do Estado Foto:Divulgação
O câncer de mama é um tumor maligno que se desenvolve na mama como consequência de alterações genéticas. No Brasil, o Ministério da Saúde estima 52.680 casos novos em um ano, com um risco estimado de 52 casos a cada 100 mil mulheres. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Mastologia, cerca de uma a cada 12 mulheres terão um tumor nas mamas até os 90 anos de idade.
Para esclarecer sobre a doença, a doutora Lívia Andrade, coordenadora do Serviço de Oncologia Clinica do Hospital De Irmã Dulce e Oncologista Clinica da Santa Casa de Misericórdia da Bahia, elencou as principais dúvidas que as pacientes costumam ter sobre câncer de mama com o objetivo de esclarecer o assunto.
1. O câncer de mama é um tumor?
Verdade. O câncer de mama é o tumor maligno mais comum em mulheres e o que mais leva as brasileiras à morte, segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca). A doença, como o próprio nome diz, afeta as mamas, que se dividem em estruturas menores chamadas lóbulos e ductos mamários.
2. Não tenho histórico familiar nem fatores de risco. Nunca terei tumores nos seios.
Mito. O excesso de peso, o fumo e a ingestão de bebidas alcoólicas, por exemplo, são prejudiciais. De acordo com o INCA a prevenção do câncer de mama não é totalmente possível pois a doença pode ser provocada por múltiplos fatores. A alimentação equilibrada, a prática regular de exercícios físicos, controlar o peso e evitar o consumo de bebida alcoólica diminuem o risco de desenvolver a doença, no entanto, nenhuma mulher está imune ao câncer de mama.
3. Podemos afirmar que emoções negativas como estresse, mágoas e raiva podem causar câncer.
Mito. Não há evidências científicas de que o câncer surja a partir de sentimentos negativos como mágoa, tristeza ou depressão. Porém, alguns especialistas acreditam que esses fatores emocionais podem abaixar a imunidade, favorecendo o desenvolvimento de diversas doenças, entre elas o câncer.
4. Fazer autoexame, apalpando meus seios em busca de caroços descarta a necessidade da realização de outros exames.
Mito. Fazer o autoexame é uma prática positiva e deve ser estimulada. No entanto, ele não é capaz de detectar vários tipos de tumores, especialmente aqueles em fase inicial, com maiores chances de cura. Segundo a recomendação do Instituto Nacional do Câncer (Inca), para obter um diagnóstico precoce é preciso consultar um médico, realizar exame clínico de mama e fazer a mamografia.
Ainda segundo a especialista, o exame de toque feito em casa continua sendo importante, porém os exames clínicos podem detectar nódulos ainda muito pequenos para serem sentidos e que, por isso, não podem ser dispensados. “Se tocar faz com que a mulher conheça seu corpo e perceba caso haja algo fora do normal, o que é de grande valia, mas a análise clínica precisa ser feita”, conclui.
5. É prejudicial ao bebê continuar amamentando se existe suspeita de câncer de mama.
Mito. Pode-se amamentar durante a realização de exames de diagnóstico para o câncer, como mamografia, raios X, tomografia computadorizada, ressonância magnética, ultrassom e biópsia. As células cancerosas não passam para o bebê através do leite materno. Caso a doença seja confirmada, os médicos aconselham às mulheres que iniciam o tratamento com radioterapia ou com quimioterapia, que parem de amamentar até que os elementos radioativos ou medicamentos sejam completamente eliminados do organismo da mãe. Porém, podem voltar a amamentar após esse período.
6. Existe mais de um tipo de câncer de mama.
Verdade. O tipo mais comum de câncer de mama é o que se origina nas células dos ductos mamários, por onde passa o leite materno, podendo disseminar-se pelos tecidos adjacentes. Outro tipo, menos comum, é o que tem origem nas células dos lóbulos mamários. Todos os tumores de mama, independentemente de seu tipo, devem ser testados quanto à presença de algumas proteínas, como o HER2, para os hormônios femininos, estrógeno e progesterona, para melhor definição do tratamento.
7. HER2 é um tipo de câncer de mama? Como ele atua no corpo?
Verdade. O câncer de mama do subtipo HER2 positivo é caracterizado pela presença em maior quantidade dessa proteína localizada na superfície das células. Em cerca de 20% dos casos do câncer de mama a proteína aparece, em excesso, indicando que se trata de um tumor mais agressivo e a necessidade de um tratamento específico – baseado na terapia-alvo, que ataca principalmente as células do câncer - para liminar e frear o crescimento do tumor.
8. Existe um tratamento para cada tipo do câncer de mama.
Verdade. O tipo de tratamento indicado para mulheres diagnosticadas com câncer de mama depende de alguns fatores, como o estágio do tumor, idade, doenças associadas e a presença de receptores de hormônios e HER2. As principais opções de tratamento são:
• Radioterapia: consiste em emissão de radiação sobre a mama destruindo as células cancerígenas.
• Quimioterapia: utiliza medicamentos de aplicação sistêmica que matam as células cancerígenas.
• Cirurgia: retirada de parte ou da totalidade da mama, que é a mastectomia radical.
• Hormonioterapia: utiliza medicamentos com o intuito de inibir a atividade de hormônios que tenham influência no crescimento do tumor. É indicada somente nos casos em que o tumor for positivo para receptores hormonais.
• Terapia Molecular: Tratamento específico para tumores HER2 positivos.
9. O câncer metastático só se espalha em alguns órgãos.
Mito. As células cancerígenas podem se espalhar para quase qualquer parte do corpo. A maioria das células tumorais que se desprendem do tumor primário é transportada aleatoriamente pelo sangue ou pelos gânglios linfáticos regionais.
10. Todas as pessoas passam mal no tratamento do câncer, principalmente o metastático.
Mito. Cada paciente reage de uma maneira ao tratamento. A jornada de tratamento de uma mulher é diferente da outra, o processo pode ser lento ou ter alterações, novas questões podem surgir com o tempo, e as preferências e prioridades da cada paciente podem mudar. Além disso, as pesquisas sobre o câncer estão sempre evoluindo e novos medicamentos estão sendo continuamente desenvolvidos e hoje já há alguns tipos de tratamento que dão mais qualidade de vida.
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