O projeto de extensão Cineclube UFGD apresenta e debate os filmes “Três Irmãos de Sangue” e “Vlado – 30 anos depois”, respectivamente nesta sexta-feira (21) às 19h30 e sábado às 17h, no cineauditório da Unidade 1 da UFGD.
A organização convida todos os interessados na exposição “Direito à verdade e à memória: a ditadura no Brasil 1964 – 1985” para visita com monitor às 19h30 de sexta-feira, antes da exibição do documentário.
Os filmes fazem parte da Mostra Ditadura e Resistência, promovida pelo Cineclube durante todo o mês de outubro, em sintonia com a exposição "Direito à verdade e à memória”, promovida pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República e que veio para Dourados por meio do V Congresso Transdisciplinar Direito e Cidadania.
Qualquer pessoa pode participar das sessões, no entanto, o público-alvo desta sexta-feira e sábado são os comunicadores de Dourados, já que os filmes abordam a trajetória de Henfil e de Vladimir Herzog. Também são convidados especiais os cidadãos que viveram no período da Ditadura e querem contar sua história, já que será realizado debate.
O documentário “Três Irmãos de Sangue”(dia 21/10 às 19h30) mostra a vida dos irmãos Betinho, Henfil e Chico Mário e como suas ações se misturam com a história política, social e cultural do Brasil na segunda metade do século 20. Eles contribuíram, cada um a sua maneira, para as principais transformações pelas quais passou o povo brasileiro nesse período. Hemofílicos, foram contaminados pelo vírus HIV através de transfusão de sangue. Isso os tornou um símbolo do combate à Aids no Brasil. Para eles, a luta pela vida sempre esteve em primeiro lugar.
Já o filme de sábado (22/10 às 17h), “Vlado – 30 anos depois”, tem foco no dia 25 de outubro de 1975, quando o jornalista Vladimir Herzog se apresenta ao DOI-CODI, órgão da repressão política do regime militar, para prestar depoimento. Sua mulher, Clarice, questiona se ele deve se apresentar: vários amigos estão presos e sabe-se que são torturados. Mas Vlado se recusa a fugir; pondera que é um homem transparente, alheio à clandestinidade. No fim da tarde do mesmo dia, o jornalista está morto e, segundo fonte oficial, suicidou-se na prisão. A reação de Clarice, dos amigos e da sociedade, recusando a farsa montada para justificar a morte do jornalista, tornou o fato um marco na luta pela redemocratização do país.
A Mostra Ditadura e Resistência será encerrada com a exibição de “Redemocratização: as greves de 1979” (dia 29), sendo que apresentou os documentários “Jango” (dia 08) e “O velho - a história de Luís Carlos Prestes” (15). Todos os filmes foram fornecidos para o Cineclube UFGD pela Programadora Brasil, que faz parte do Programa Cine Mais Cultura, do Ministério da Cultura.
Sobre a Exposição “Direito à memória e à verdade”
Segundo o site do projeto “Direito à verdade e à memória”, a exposição traz uma ambientação visual que conduz o público em uma espécie de “viagem no tempo”. Traz de volta a lembrança aos que viveram os fatos retratados e traduz aos jovens um pouco do clima vivenciado nesse período tão importante na história social e política brasileira. Recupera, de maneira exclusiva, desde os primeiros momentos do Golpe de Estado que mergulhou o país numa ditadura de 21 anos, até os grandes comícios populares das “Diretas Já”.
Imagens marcantes dos tanques militares na frente do Congresso Nacional, as passeatas estudantis, a resistência dos diversos grupos da sociedade civil, a censura de documentos, a violência, prisões e torturas estão expostas em grandes painéis que colocam o espectador dentro dos acontecimentos. Junto, todos os fatos ocorridos nessa época são recuperados em um texto em ordem cronológica.
Além da exposição, projeto Direito à Memória e à Verdade tem o Livro-relatório da Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos (disponível para download), Memoriais “Pessoas Imprescindíveis” e a exposição “Apolônio de Carvalho – Vale a pena sonhar”.
Direito à Memória e à Verdade: http://www.direitoshumanos.gov.br/mortosedesap/id_livro
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