Levantamento da Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip) registra alta de 2,7% na quantidade de imóveis financiados em Mato Grosso do Sul. No ano passado, foram negociadas 6.104 unidades, ante as 5.944 unidades financiadas nos 12 meses de 2023. A leve alta foi bem abaixo do esperado pelo setor, que, apesar de otimista, teme os efeitos da alta de juros para este ano também. Levothyroxine online
Ao se analisar os valores, a diferença resulta em um aumento porcentual de 9,24%, uma vez que, em todo o ano passado, foram negociados R$ 1,995 bilhão contra R$ 1,826 bilhão em contratos firmados em 2023. O presidente do Sindicato da Habitação de Mato Grosso do Sul (Secovi-MS), Geraldo Paiva, disse que o resultado ficou “muito longe do que a necessidade local pede”. Bicalutamide online
Segundo o diretor do Conselho Regional de Corretores de Imóveis de Mato Grosso do Sul (Creci-MS), Luiz Gomes Dias, o mercado imobiliário brasileiro continua demonstrando resiliência.
“No entanto, um fator importante deve ser considerado: a nova política de concessão de crédito da Caixa Econômica Federal, que impactará diretamente os financiamentos via SBPE [Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo]. Com a instituição restringindo a oferta de crédito, espera-se uma redução significativa no número de contratos fechados por meio dessa modalidade”.
Outro ponto de atenção para o setor é o juro alto, que já determinou o fraco desempenho no ano passado e deve impactar o financiamento imobiliário.
O economista Wagner Bertoldo analisa que há uma tendência de queda nos investimentos em bens duráveis, já que a estimativa de mercado é que a taxa Selic chegue a 15% ao ano em 2025.
“O objetivo da taxa de juros é conter o consumo e, consequentemente, a inflação, de modo geral. Então, essa contenção do consumo também abrange bens duráveis, não só o consumo das pessoas físicas em produtos e serviços. Então, afeta o investimento em bens duráveis, ao passo que restringe, desestimula a financiar através do financiamento de bancos”, avalia.
O presidente do Secovi-MS reitera que os depósitos da caderneta de poupança estão baixos, o que reflete na redução ainda maior de capital para financiamentos da classe média.
“A principal fonte de recurso do SBPE é o depósito em caderneta de poupança, que vem caindo junto aos agentes financeiros, por conta da baixa remuneração da poupança frente aos juros de mercado”, considera Paiva.
FUTURO
Apesar de toda a tendência negativa, os agentes do setor em Mato Grosso do Sul acreditam que tanto a classe baixa, atendida pelo programa Minha Casa, Minha Vida, quanto a classe alta deve continuar comprando imóveis.
“A tendência é de otimismo para as classes baixas e de alta renda. A baixa, por conta da atualização do programa Minha Casa, Minha Vida e dos estaduais e municipais. A classe média deve se alojar em imóveis de locação, aguardando a queda da taxa de juros do mercado. E a alta renda deve ter efeito da nova safra [de grãos] que está a caminho”, conclui Paiva.
O diretor do Creci-MS corrobora que, apesar dos constantes rumores de crise, há capacidade de crescimento para o segmento. “Dados recentes mostram que, mesmo com desafios econômicos, o setor segue registrando alta nas unidades financiadas via SBPE, refletindo a confiança e a segurança que transmite à sociedade”, afirma Dias.
Ainda de acordo com ele, a capacidade de se reinventar no setor imobiliário foi clara durante a pandemia de Covid-19, quando o segmento apresentou alta nos financiamentos.
“Enquanto diversos setores enfrentaram retração, o mercado imobiliário se destacou positivamente. A necessidade de adaptação das famílias ao novo contexto evidenciou a importância da moradia, impulsionando reformas e aquisições de imóveis. Esse movimento aqueceu as vendas e consolidou o setor como um dos mais estáveis da economia”, avalia Dias.
“Para 2025, as expectativas seguem otimistas, apesar das mudanças. A concretização desse cenário positivo, no entanto, dependerá de esforços conjuntos entre investidores, governo e instituições financeiras. Políticas de incentivo ao crédito e condições favoráveis de financiamento serão essenciais para manter o ritmo de crescimento e ampliar ainda mais as oportunidades para compradores e investidores”, finaliza o diretor do Creci-MS.
Fonte: Correio do Estado
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