sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Relator no Senado vê diferença de cassino com bets e diz que jogos físicos são 'parte boa'

 

                                            Divulgação


Senador Irajá (PSD-TO) afirma que governo consegue fiscalizar melhor acesso de pessoas em estabelecimentos físicos


Relator no Senado do projeto que libera o funcionamento de cassinos, bingos e jogo do bicho em estabelecimentos físicos, o senador Irajá (PSD-TO) defende que essas modalidades são a "parte boa" e "responsável" dos jogos, diferentemente das apostas online.


O texto foi aprovado na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado em junho em votação apertada —foram 14 votos favoráveis e 12 contrários. Como aconteceu na Câmara, a bancada evangélica tentou impedir a aprovação, sem sucesso.


Para Irajá, as controvérsias envolvendo as bets, como endividamento da população e comprometimento de renda por causa de compulsão em apostas online, são um tema sensível, mas não afetam as discussões do projeto que libera cassinos, bingo e jogo do bicho.


Na CCJ, ele retirou do projeto aprovado na Câmara trechos que tratavam dos jogos online —em 2023, o Congresso aprovou proposta sobre o assunto.


"Eu fico ainda mais animado com a aprovação do projeto dos jogos físicos. Porque, na verdade, o jogo físico é a parte boa dos jogos, tem a geração de emprego, geração de renda, você movimenta a economia real, a construção civil", afirma.


Ele diz ainda que, além de os cassinos movimentarem investimentos mais vultuosos que os jogos online e gerarem mais emprego e renda, têm também outa vantagem sobre as bets: a fiscalização.


"O governo tem condições de fiscalizar. Se você tem um estabelecimento físico, você pode mandar a polícia fiscalizar, você pode controlar o acesso das pessoas, a Receita Federal pode auditar, então é diferente", diz. "Agora, vai cercar as empresas de aposta online. Elas funcionam em outros países, muitos paraísos fiscais. Como que você impede o acesso de crianças e adolescentes a esses sites?"


Para o senador, a liberação dos jogos de azar em estabelecimentos físicos também ajudariam no enfrentamento ao crime organizado.


"Nós vamos criar um ambiente muito mais saudável, porque vamos convidar empresas sérias e idôneas para entrar nesse mercado. Hoje, o mercado é completamente dominado pelas milícias e pelo crime organizado."


Irajá vê possibilidade de o projeto ser votado em plenário após as eleições, ainda em outubro. "Nós temos o apoio necessário para essa pauta ser votada e aprovada", diz. "Não é uma pauta religiosa, não é uma pauta ideológica. É uma agenda econômica positiva para o Brasil."


Danielle Brant

Folha de São Paulo

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