segunda-feira, 12 de agosto de 2024

Delfim Netto, que morreu aos 96 anos, doou 100 mil livros para criação de biblioteca na USP

 



                                              Foto: Arquivo


O economista e ex-ministro da Fazenda Delfim Netto, que morreu nesta segunda-feira aos 96 anos, doou cerca de 100 mil livros para a Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP, onde ele se formou e foi Professor Emérito. Delfim estava internado desde a última segunda-feira no Hospital Israelita Albert Einstein em decorrências de complicações no seu quadro de saúde.


Na época, com 82 anos, ele explicou o motivo da ação


"Eu estou ficando velho, e a USP vai continuar", disse à Folha de São Paulo, em 2011, quando oficializou a doação. "Estou devolvendo para a FEA tudo aquilo que ela me deu".


Segundo a instituição, a Biblioteca Delfim Netto é considerada o mais completo acervo da área econômica do Brasil. Mas há também livros, revistas, compêndios e enciclopédias de áreas como história, antropologia, sociologia, filosofia, tecnologia, meio ambiente e outras temáticas que interessavam o economista, formado em 1951.


O professor doou, além dos livros, todo o mobiliário, segundo o Jornal da USP. Quem visita a Biblioteca Delfim Netto encontra um espaço que reproduz a sua sala, com a grande escrivaninha de imbuia, com tampo revestido em couro e cadeiras estofadas. Ele também cedeu uma pequena máquina de escrever portátil.


Destaques

A Biblioteca Delfim Netto tem obras completas dos gregos Platão e Aristóteles e também do francês René Descartes. Coleções completas, de diferentes edições, de Karl Marx, São Tomás de Aquino, Darwin e Voltaire. Outros volumes interessante são a 11ª edição da Encyclopaedia Britannica, lançada em 1910 e 1911, com seus 32 volumes.


Destaca-se também os 36 volumes originais da Encyclopédie ou Dictionnaire Raisonné des Sciences, des Arts et des Métiers, a famosa enciclopédia editada no século XVIII por Denis Diderot e Jean D’Alembert, com artigos escritos por Voltaire, Rousseau e Montesquieu.

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