segunda-feira, 19 de agosto de 2024

Bancários de Campo Grande se unem a protesto nacional

 


Na manhã desta segunda-feira (19), bancários de Campo Grande se reuniram em frente à agência do Bradesco, localizada na esquina das avenidas Afonso Pena com a Calógeras, com o objetivo de pressionar as instituições financeiras a apresentarem uma proposta de reajuste salarial.


O movimento faz parte de uma ação nacional, intitulada "cachorrada dos bancos". Como alusão ao nome, os bancários distribuíram cachorro-quente no local.



"Essa distribuição de cachorro-quente foi uma forma de sensibilizar e chamar a atenção da população para a nossa causa. Nós preparamos aqui em torno de 300 cachorros-quentes que vamos distribuir ao pessoal que está esperando a ser atendido na agência", disse o secretário-geral do Sindicato dos Bancários de Campo Grande-MS e Região, Vicente Cléber Rodrigues.


O secretário reforçou ainda que enquanto pessoas são demitidas e agências fechadas, os bancos têm lucrado cada vez mais. 



"Hoje, os bancos acumulam lucros exorbitantes a cada ano, e isso para eles não é muito. Então, às custas do sacrifício dos bancários, às custas da população, que tem o seu serviço de forma precária, falta atendimento... Os bancos não se sensibilizam e a gente pede justamente isso: que eles acordem. O lucro tem que andar junto com a satisfação da população, com os funcionários que garantem esse lucro para eles, precisa também estar satisfeito e ter melhores condições de trabalho", acrescentou.


Segundo o sindicato, as instituições financeiras tiveram lucro de R$ 29 bilhões somente nos três primeiros meses de 2024.


“Em 2023, os cinco maiores bancos do Brasil, juntos, tiveram um lucro de R$ 108,6 bilhões. Nos últimos 10 anos, o lucro deles cresceu 169% acima da inflação e a rentabilidade média do setor é de 15% acima da inflação, muito maior que a dos bancos de outros países como os EUA (6,5%) e Inglaterra (9%). Então, com todos esses excelentes resultados, não há justificativa para não trazerem respostas para o reajuste dos bancários”, afirmou Rubens Jorge Alencar, presidente do sindicato.


Entenda

Há dois meses, a categoria bancária está em negociação com a Federação dos Bancos (Fenaban) e reivindica reposição da inflação e aumento real de 5% nos salários, na PLR e demais verbas econômicas da Convenção Coletiva de Trabalho dos Bancários. Além disso, os trabalhadores buscam garantir melhores condições de trabalho e a manutenção dos direitos conquistados.


Os bancários também denunciam a postura dos bancos em fechar agências e postos de trabalho, precarizando o atendimento da população. Segundo um levantamento do Dieese, o setor bancário fechou, em todo país, pouco mais de 6 mil postos de trabalho em 2023 e, desde 2019, encerrou mais de 3 mil agências bancárias.


"É inadmissível que os bancos, enquanto amontoam lucros bilionários, promovam o desmonte do atendimento bancário no país. O fechamento de agências e as demissões em massa são um ataque direto à população, especialmente àqueles que mais precisam dos serviços bancários. É preocupante ver um setor tão importante, que obtém lucros exorbitantes ano após ano, não dar sua contribuição para a manutenção do emprego no país”, destacou Rubens.


Alanis Netto, Marcelo Victor

Com o Portal Correio do Estado

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