Após disputa na Justiça, o irmão de Suzane von Richthofen conquistou o direito à gestão do espólio dos pais, avaliado em R$ 10 milhões à época da decisão, em 2006. No entanto, Andreas von Richthofen, hoje com 36 anos, não vem conseguindo administrar a herança recebida, o que envolve uma série de despesas com imóveis e terrenos que estavam em nome dos pais. As preocupações se estendem, inclusive, ao local onde o casal von Richthofen está enterrado, no Cemitério do Redentor, no bairro do Sumaré, em São Paulo (SP).
A taxa de manutenção da sepultura simples está atrasada há quatro anos. O valor é de R$ 650 por semestre. No ano de 2019, o túmulo estava inadimplente e por pouco não foi a leilão.
Quando a administração do cemitério preparava o edital para vender a sepultura, Miguel Abdalla Netto, tio de Suzane e Andreas, quitou o débito. No entanto, a taxa não foi mais paga desde então.
Pessoas anônimas também já tentaram pagar a dívida de Andreas no cemitério, já que ele herdou do pai a titularidade do túmulo. A administração do Redentor, contudo, não permite que alguém que não seja da família arque com as despesas.
Segundo relatos de funcionários do cemitério, a sepultura dos von Richthofen – número 97 da quadra XII – só recebe a visita de estranhos. Na semana passada, o túmulo estava limpo e enfeitado com pés de plantas típicas de cemitério, como buchinho e camarão, uma espécie recomendada para quem busca paz, tranquilidade, prosperidade e abundância no ciclo de vida que vai começar.
— O túmulo da família von Richthofen é cuidado por nós porque sabemos o drama pessoal que o Andreas vive. Esse garoto é a maior vítima dessa tragédia, e essa sepultura é simbólica para os coveiros e jardineiros. Não merece ser engolida pelo mato — diz um funcionário do cemitério.
Em 2006, Suzane von Richthofen foi condenada a 39 anos de prisão pelo homicídio dos pais, ocorrido quatro anos antes. Como o blog True Crime mostrou, o irmão dela, Andreas von Richthofen, ganhou na Justiça o direito de herdar todo o espólio da família, de modo que a assassina não ficasse com parte da fortuna familiar, mas vem acumulando uma série de dívidas.
Na lista da herança havia carros, terrenos e seis imóveis, entre eles a mansão onde o casal foi assassinado em 2002 — vendida por R$ 1,6 milhão —, além de dinheiro em contas correntes e aplicações. Mas a situação hoje é bem diferente. Andreas enfrenta 24 ações na Justiça de São Paulo por dívidas de Imposto Predial Territorial Urbano (IPTU) e condomínios atrasados, somando um calote de aproximadamente R$ 500 mil.
Por
Ullisses Campbell— São Paulo O Globo
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