Ingrid Guimarães e Tatá Werneck em "Minha irmã e eu" — Foto: Ellen Soares
“Nossa história vai virar cinema e a gente vai passar em Hollywood”, diz os versos de “Coisa de cinema”, hit da dupla Claudinho e Buchecha que poderia servir para ilustrar a tendência que tomou os cinemas brasileiros em 2023: as cinebiografias.
Dos dez filmes nacionais mais vistos no ano passado, quatro são retratos biográficos de figuras histórias da cultura no país: “Nosso sonho”, “Mussum, o filmis”, “Mamonas Assassinas: O filme” e “Meu nome é Gal”.
Dirigido por Eduardo Albergaria e estrelado por Juan Paiva e Lucas Penteado, "Nosso sonho", que conta a história de Claudinho e Buchecha, foi o longa nacional mais visto no ano. O longa levou 521 mil pessoas aos cinemas, com um faturamento de R$ 8,8 milhões.
Impulsionado pela popularidade do influenciador Luccas Neto, "Os aventureiros — A origem" ficou com a segunda colocação com um público total de 429 mil pessoas e uma arrecadação de R$ 7,5 milhões, seguido por "Minha irmã e eu", comédia com Tatá Werneck e Ingrid Guimarães que precisou de apenas uma semana para ocupar a terceira posição na lista de filmes nacionais mais vistos em 2023. O filme foi visto por 277 mil pessoas na última semana de dezembro.
Os números de "Minha irmã e eu" e de "Mamonas Assassinas: O filme", também lançado no final de dezembro, animaram Paulo Sérgio Almeida, analista do mercado cinematográfico e idealizador do Filme B.
— 2023 serviu para vermos que temos mercado tanto para o filme estrangeiro quanto para o brasileiro — destaca Almeida. — E fechamos o ano num momento muito positivo com a explosão de "Minha irmã e eu" e "Mamonas Assassinas". Existe vida no planeta cinema.
O especialista acredita que em breve teremos um filme brasileiro superando a marca de um milhão de espectadores, o que não acontece desde "Minha mãe é uma peça 3" (2019).
O especialista acredita que em breve teremos um filme brasileiro superando a marca de um milhão de espectadores, o que não acontece desde "Minha mãe é uma peça 3" (2019).
Confira o top 10 do cinema nacional no ano. Os números são do site Filme B, especializado no mercado audiovisual.
"Nosso sonho" - 521 mil espectadores
"Os aventureiros — A origem" - 429 mil
"Minha irmã e eu" - 277 mil
"Mussum, o filmis" - 215 mil
"O sequestro do voo 375" - 198 mil
"Ó pai, ó 2" - 181 mil
"Mamonas Assassinas: O filme" - 177 mil
"Meu nome é Gal" - 163 mil
"Desapega!" - 153 mil
"Ninguém é de ninguém" - 140 mil
Apesar do otimismo com os números dos últimos lançamentos, alguns desempenhos foram vistos como aquém do esperado. A expectativa era que nomes como Mussum e Gal levassem mais pessoas aos cinemas com suas cinebiografias, especialmente após o bom desempenho da primeira no Festival de Gramado, de onde saiu com o Kikito de Melhor Filme.
No caso de "Nosso sonho", o resultado foi comemorado, mas tanto o diretor quanto o produtor Leonardo Edde lamentaram a queda significativa do número de salas da produção logo em sua segunda semana em cartaz. O longa cresceu no boca a boca e apresentou uma ótima média de ocupação de telas, mas foi perdendo espaço em cartaz diante da ausência da cota de tela, que só foi aprovada em dezembro, mas que ainda precisa de regulamentação do Executivo.
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