terça-feira, 13 de dezembro de 2022

Preso por estupro e morte de criança, homem tem histórico de violência

 

                                          Gerson Oliveira/Correio do Estado

ANA CLARA SANTOS

O auxiliar de armazenagem, de 31 anos, que não teve o nome divulgado, acusado de estuprar e matar uma menina de 11 anos, neste domingo (12), em Campo Grande, tem ficha criminal e histórico de crimes violentos, incluindo agressão contra mulher e violência doméstica.


Roberto Morgado, delegado da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca) informou, em entrevista coletiva realizada na tarde desta segunda-feira (12), que o acusado também tem passagem pela polícia por roubo, além de aparecer como principal suspeito em outros casos. 


“Ele já tem ficha criminal e está relacionado como suspeito em diversos boletins de ocorrência, que estão em trâmite ou foram arquivados. Vários deles estão relacionados com violência doméstica contra mulher”, afirmou. 


O delegado ainda informou que em buscas por antecedentes criminais do homem não foi encontrado qualquer boletim de ocorrência ou passagem por estrupro, seja de vulnerável ou não.



A perícia realizada preliminarmente, aponta que a criança morreu por traumatismo craniano causado pelo próprio agressor, que bateu a cabeça da vítima por diversas vezes contra o chão. Além disso, ele relata que bateu na criança com sonos.


Para o delegado responsável pelo caso, o homem teria matado a criança com a intenção de se encobrir o estupro, já que provavelmente ela iria contar para outras pessoas o que teria acontecido.


O crime foi presenciado por um dos irmãos da vítima, de três anos. Ele foi ouvido pelo departamento psicossocial da delegacia por meio da escuta especial, oportunidade em que tentou contar o que teria visto.


Os outros dois irmãos da menina, que também estavam na casa, não viram o ocorrido por estarem dormindo. As quatro crianças estavam sozinhas na residência aos cuidados da vítima, que era a mais velha entre eles.


Ainda de acordo com a polícia, o acusado afirmou que não se recorda da motivação por trás do crime, mas relatou que estava embriagado no momento. Ele também disse que estava à procura da mãe da vítima, que é garota de programa, mas ela não estava no momento.


Testemunhas ouvidas pela polícia disseram que era comum os menores de idade ficarem sozinhos e sem a supervisão de um adulto, enquanto a mulher saia de casa para ir à bares, se encontrar com clientes ou até mesmo usar drogas.


Segundo a polícia, a mãe das crianças foi presa em flagrante por abandono de incapaz. A delegada Karen Viana, da Delegacia Especializada em Atendimento à Mulher (Deam), que atendeu a ocorrência na noite de ontem, pediu a prisão preventiva da mulher.


As três crianças que estavam na casa no momento do crime foram encaminhadas para o Conselho Tutelar e estão sob a guarda do Estado. 


CONFISSÃO 

Durante a entrevista coletiva, o delegado ainda contou que o acusado apenas confessou o crime porque foram mostrados à ele indícios que o apontavam como principal suspeito, logo, a polícia descobriria que, de fato, ele seria o culpado pelo abuso e morte da menina. 


“Nós já tínhamos uma gama de informações relevantes e ele viu que não tinha como esconder o que havia sido feito. Ele primeiro confessou informalmente e depois formalmente em seu interrogatório”, informou o delegado. 


O acusado ainda relatou que frequentava a casa da vítima por causa dos programas que fazia com a mãe da criança. Ainda segundo ele, no domingo eles tinham combinado de se encontrar, mas quando foi à casa dela, ele não a achou.


Ele ainda disse que agrediu a vítima porque ela teria começado a gritar porque ficou assustada, mas a polícia disse que essa informação pode não ser verdadeira, já que o criminoso ia com certa frequência da casa da mulher, que fazia os programas ali, mesmo quando as crianças estavam em casa.


O delegado ainda afirmou que as roupas que o homem usou no dia do crime foram lavadas e ele foi trabalhar normalmente hoje pela manhã.


A perícia inicial confirmou o abuso, mas a investigação ainda irá procurar por material genético no corpo da criança e nas vestes do homem para agregar provas ao inquérito. 


Com informação do Portal Correio do Estado

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