sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Mulher investigada por desvio milionário tem sete imóveis e dois carros 'sequestrados'

 


                                            Foto: Osvaldo Duarte

Por Gizele Almeida



A polícia civil 'sequestrou' mais de R$ 5 milhões em bens da funcionária de uma empresa do ramo de agronegócio de Dourados, acusada de desvios milionários, no financeiro da mesma. O montante refere-se a sete imóveis pertencentes à funcionária que foram sequestrados, além de dois automóveis que foram apreendidos. As ações ocorreram durante a Operação Prelúdio “começo de tudo”, nesta quinta-feira (19), em Dourados. 


Conforme mostrado pelo Dourados News, a polícia acredita que  a mulher, de 34 anos, estaria desviando dinheiro da empresa há pelo menos quatro anos, e se utilizou da “desculpa” de chantagem de videntes na tentativa de acobertar o fato. 


“Ao investigar o caso o SIG identificou que desde que assumiu a função de chefe do setor financeiro da empresa a funcionária que alegou ter sido extorquida amealhou um patrimônio incompatível com os rendimentos por ela percebidos. Assim, apurou-se que ela nos últimos anos amealhou bens móveis e imóveis avaliados em cerca de R$ 5 milhões. Mediante colheita de testemunhos e análise de documentos diversos surgiram contundentes indícios de a funcionária estar há cerca de quatro anos furtando valores pertencentes à empresa na qual trabalhava”, diz a nota. 


Policiais civis, do SIG (Setor de Investigações Gerais) identificaram que o patrimônio da mulher não condiz com o salário que ela recebe. Ainda na nota, a polícia civil informou que o intuito é  “apreender bens e arrecadar elementos probatórios referente a desvio milionário praticado contra a empresa”.


Sobre o caso, a polícia esclarece que “na manhã do dia 29 de setembro deste ano, funcionária da empresa compareceu ao Setor de Investigações e expôs que desde 28 de agosto deste ano estava sendo vítima de extorsão, crime praticado por duas mulheres residentes em São Paulo e que seriam videntes”.


Diante das informações foi identificado que entre agosto e setembro, R$ 50,8 milhões havia sido desviados da empresa, tendo como destino contas bancárias apresentadas pelas supostas videntes.


A polícia informa ainda que no mesmo dia o SIG representou ao Poder Judiciário pela decretação da indisponibilidade dos valores existentes nas contas bancárias que receberam as transferências fraudulentas (das videntes). 


É informado que desta forma, da conta das videntes, a polícia conseguiu recuperar, até o momento, o total de R$ 13 milhões, ou seja, quantia que não corresponde nem a 1 terço do valor que foi repassado às mesmas (total de R$ 50,8 mi). 


Ainda em nota, a polícia civil aponta que há cerca de 15 dias a funcionária, visando ocultar propriedades que estavam no nome dela, transferiu um imóvel rural para o seu noivo, o que configura o crime de lavagem de dinheiro.


O SIG finaliza ao citar que as investigações seguirão, tendo em vista “recuperar o restante dos valores e individualizar os crimes praticados por todos que atuaram na causação de milionário prejuízo contra a empresa”.

 


A OPERAÇÃO 


Conforme mostrado pelo Dourados News, nesta manhã (19), em Dourados, a polícia civil cumpriu dois mandados de busca e apreensão no contexto da Operação Prelúdio, para investigar desvio milionário de uma empresa do ramo de agronegócio. 


Durante as ações, caixas e mochilas abarrotadas com documentos foram apreendidas em uma casa localizada na região do Jardim Flórida. 

Antes, policiais civis estiveram em um edifício localizado no Jardim Tropical, área central da cidade. Nada foi levado do local. 



O CASO 


No dia 5 de outubro, mulher de 34 anos moradora em Dourados registrou boletim de ocorrência alegando ter sido vítima de chantagem. Ela disse ter depositado em diversas contas de uma ‘mãe de santo’, R$ 50,8 milhões. 


O dinheiro seria da empresa onde a vítima é funcionária. 


De acordo com o depoimento, o caso começou após a mulher realizar uma espécie de consulta com quem realiza os trabalhos espirituais, residente no Estado de São Paulo. 

A suspeita teria alegado que a vítima iria morrer em questão de alguns dias, mas que poderia evitar o óbito caso as quantias de dinheiro parceladas fossem depositadas em contas bancárias.

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