terça-feira, 7 de julho de 2020

Ciência faz renascer algodão no Ceará

                                                          Foto;fabiano José Pereira
Estado tem o terceiro maior polo têxtil do país mas ainda importa fibra
Por:  -Eliza Maliszewski 

O Ceará oferece boas condições para o algodão: pode produzir uma fibra de excelente qualidade com resistência, finura e comprimento desejados pela indústria, tem clima propício, o custo de produção é menos de um terço do que o Cerrado e tem um forte polo têxtil o que barateia a logística. Por outro lado tem cotonicultores traumatizados. Há duas décadas o bicudo-do-algodoeiro reduziu e muito a produção.


Aos poucos, com aporte de ciência e tecnologia, a cultura do algodão está renascendo no Ceará. Com apoio da Embrapa, o estado vai dobrar a safra de algodão neste ano. O estado deve colher uma área de aproximadamente 2 mil hectares.

Nessa retomada tecnologias como cultivares de algodão convencionais e transgênicas aliadas a manejo moderno controlam o bicudo e assistência técnica contam muito. Outro gargalo para a expansão da área era a oferta de sementes de algodão certificadas. Estão sendo multiplicadas cultivares transgênicas e convencionais de forma a suprir a próxima safra. “Os resultados nos deixam muito otimistas. Já temos mais de dois mil hectares legalizados na Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri) e empresas em processo de implantação para produzir a semente necessária para atingirmos 30 mil hectares de algodão no estado, nos próximos anos, gerando emprego e renda com a cultura mais resistente à seca entre as tradicionais, e agora com tecnologia de convivência com as pragas”, comemora o coordenador do programa, Euvaldo Bringel.

Também há impulso de empresas do setor têxtil. O Ceará é o terceiro maior polo nacional, com um dos mais modernos parques tecnológicos do País, mão de obra com aptidões naturais, localização estratégica para as exportações e infraestrutura aeroportuária, que contribuem para o aumento de competitividade da cadeia têxtil cearense. Interessadas na pluma local empresas fornecem colheita mecanizada e compram toda a produção, para evitar os gastos de importar da Bahia, por exemplo,

O Projeto de Modernização da Cultura do Algodão começou em 2018 e envolve instituições de pesquisa, assistência técnica, governo e representantes dos produtores. “O algodão de hoje requer um manejo diferente do praticado no passado, se o agricultor acreditar e seguir as orientações técnicas, temos um cenário promissor pela frente”, declara o analista da Embrapa Gildo Araújo

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