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Lauro Davi foi exonerado e Câmara já tem assinaturas para montar CPI
Por RODOLFO CÉSAR E TAINÁ JARA
Lauro Sérgio Davi, diretor-presidente do IMPCG (Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande), pediu para sair do cargo ontem. A carta de demissão já foi encaminhada ao prefeito Marcos Trad (PSD) e a exoneração dele foi publicada em edição extra de ontem do Diário Oficial do Município.
Quem o substitui é Camilla Nascimento de Oliveira, que era assessora-executivo II do órgão.
Chamado para administrar um dos setores mais sensíveis da adminitração, que apresentou rombo milionário que gerou, inclusive, formação de uma Comissão Especial Temporária na Câmara de Vereadores, ficou no cargo por pouco mais de oito meses.
Por telefone, ele explicou que estava com divergência sobre a atual equipe que está trabalhando com ele e por isso não ia permanecer. Lauro evitou entrar em atrito, mas reconheceu que a nomeação de Elza Pereira da Silva para o IMPCG não tinha sua aprovação.
"Estou saindo, foi uma decisão que comuniquei hoje e decidi por divergência com a equipe", explicou o ex-deputado, que chegou a concorrer à Prefeitura de Campo Grande.
No IMPCG foi identificado o rombo de R$ 109,7 milhões. Esse buraco foi evidenciado a partir da análise das contas entre janeiro de 2013 e 30 de maio de 2016. Na primeira data, o patrimônio era de R$ 110.650.995,27, enquanto passou para R$ 874.552,19 no ano passado.
A comissão especial da Câmara sobre o IMPCG identificou que o rombo foi causado pelo mau uso dos recursos por parte dos gestores da instituição. O Executivo também deixou de repassar a contribuição patronal entre 2013 e 2016.
A vereadora Enfermeira Cida (Podemos) já conseguiu 16, das 10 assinaturas necessárias, para apresentar o pedido de abertura da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai verificar mais a fundo o sistema da previdência municipal de Campo Grande.
"Durante o acompanhamento feito sobre as contas do IMPCG percebemos o mau uso do dinheiro público e isso tem que ser apurado a fundo. Ao fim do relatório, me empenhei para recolher as assinaturas necessárias para a criação de uma CPI, uma das atribuições legais do vereador, que é de fiscalizar”, frisou a Enfermeira Cida, que obteve as assinaturas durante a sessão de terça-feira (15).
SERVIDORA
Elza Pereira da Silva, que gerou a saída de Lauro Davi, trabalhou na prefeitura entre 1º de outubro de 2015 a dezembro de 2016. Parte desse período foi no IMPCG.
Seu último salário na administração de Alcides Bernal (PP) foi de R$ 6.378,06, contudo, chegou a ter R$ 18.465,19 em pagamento de verbas temporárias, mas com descontos recebeu R$ 13.608,85.
Ela ocupou o cargo de diretora de administração e finanças do IMPCG e também foi investigada pelo Ministério Público Estadual por nepotismo.
Seu retorno à prefeitura aconteceu em 9 de agosto deste ano, quando foi contratada pelo prefeito Marcos Trad para o cargo em comissão de assessor-executivo II e atuação direta no IMPCG.
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