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quarta-feira, 2 de agosto de 2017
Bradesco pode perder folha pagamentos de servidores do município
Foto;Divulgação
O prefeito Marcos Trad, do PSD, afirmou nesta terça-feira (1º) que deixou a cargo exclusivo do secretário de Finanças, Pedro Pedrossian Neto, as negociações sobre a possibilidade da venda da folha de pagamento dos servidores municipais de Campo Grande. Alguns bancos já teriam procurado o município, uma vez que a carteira de pagamento está hoje com o Banco Bradesco.
À imprensa, Pedro Neto havia dito que o município espera receber aproximadamente cerca de R$ 50 milhões com a transação. Considerando que as despesas do município com a folha de pessoal fica em torno de R$ 107 milhões, por mês. O valor também poderia ajudar a cobrir o 13° salário dos servidores.
A possibilidade de venda pode implicar no valor de taxas cobrada pela unidade bancária aos servidores e pode ainda, interferir na concessão de empréstimos a ser descontado em folha.
Marcos Trad ainda revelou que deve conversar com Pedro Neto, para saber como estão as tratativas sobre a possibilidade da venda da folha de pagamento do município. "Vou procurar ele para conversar", pontuou.
Crise Financeira
Em abril deste ano, a prefeitura já havia estourado limite de gasto com folha de pagamento e a situação 'apertou' para a concessão de reajustes salariais, a qual o prefeito Marcos Trad disse hoje que o reajuste chegou a "quase zero", em virtude dos problemas "econômico-financeiro" dos estados e União. "E acaba sempre sobrando para o lado mais fraco, que somos nós", comentou hoje o prefeito.
A prefeitura de Campo Grande trabalha com a folha de pagamento acima do limite prudencial estabelecido pela LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal) em 51,3% da receita corrente líquida. Se o prefeito Marcos Trad (PSD) extrapolar os 54%, pode responder por improbidade administrativa. É o que mostra o relatório da gestão fiscal referente aos meses de abril de 2016 a março de 2017.
De acordo com o demonstrativo da despesa de pessoal publicada no Diogrande (Diário Oficial de Campo Grande) e, 25 de abrirl, o município teve um gasto, durante o período, de R$ 1,67 bilhão com a folha de pagamento, dos quais R$ 1,3 bilhão é referente aos servidores ativos, R$ 268,6 milhões aos inativos e pensionistas, e R$ 5,8 milhões com terceirizados. A receita corrente líquida de Campo Grande, nestes doze meses, foi de R$ 2,72 bilhões.
Considerando apenas a despesa líquida com pessoal, após deduções e descontos, a prefeitura utilizou 51,89% do que faturou no pagamento dos servidores, o equivalente a cerca de R$ 1,41 bilhão. Boa parte do ‘inchaço’ da folha é referente aos servidores comissionados, que trabalham sem concurso público. A aproximação dos limites estabelecidos pela LRF prejudicou as negociações de reajuste salarial.
O extrato tem as assinaturas do prefeito Marcos Trad, do secretário municipal de Finanças e Planejamento, Pedro Pedrossian Neto, e da diretora-geral de Contabilidade, Iara Nilda Borges Corrêa.
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