A abertura da Semana de Inovação, Tecnologia e Agronegócio, realizada na noite desta segunda-feira (26), trouxe diversas discussões sobre o futuro do setor agropecuário em Campo Grande, no Mato Grosso do Sul e no Brasil. Especialistas, empresários e acadêmicos discutiram como a modernização tecnológica tem impulsionado a produtividade e a sustentabilidade no campo.
O painel de abertura mostrou como o agronegócio evoluiu ao longo dos últimos anos, fazendo do Brasil um país importador para exportador de alimentos. O chefe-geral da Embrapa Gado de Corte, Antônio Nascimento Ferreira Rosa, trouxe aos participantes um apanhado histórico da evolução da agropecuária no país. Ele começou a explanação traçando um panorama do país, há 50 anos, quando a produtividade brasileira era baixa e a insegurança alimentar latente.
“O agronegócio está no nome do evento. Ciência, tecnologia, inovação e agronegócio. O nosso estado tem no agronegócio a sua sustentação econômica. É um estado muito jovem e eu fiz questão de trazer um pouquinho dessa história para mostrar a inovação de uma maneira mais simples com casos reais e como a tecnologia faz mudanças no setor produtivo. Começando na parte básica de genética vegetal, depois na genética animal, nas boas práticas de criação e agora chegando na era da pecuária de baixo carbono, e da pecuária digital. Esperamos que o ParkTecCG venha ajudar ainda mais com ideias novas”, afirmou.
O ParkTecCG CG é o Parque Tecnológico de Campo Grande, uma iniciativa criada para impulsionar o desenvolvimento econômico, tecnológico e social da região. O local funciona como um hub de inovação, integrando empresas, universidades, centros de pesquisa e o governo. A proposta do parque é transformar ideias e pesquisas acadêmicas em negócios e soluções práticas, promovendo o empreendedorismo e atraindo investimentos estratégicos para Mato Grosso do Sul. O parque também atua como um espaço de conexão para startups, promovendo a troca de conhecimento e inovação entre os diversos atores.
O secretário municipal de Inovação, Desenvolvimento Econômico e Agronegócio, Ademar Silva Jr, falou sobre a importância do Município de Campo Grande dentro desse contexto de inovação tecnológica. “Campo Grande é a nossa capital, e é referência para todo o Mato Grosso do Sul. Como Prefeitura entendemos que a capital precisava ter um parque tecnológico, e o agro foi escolhido para dar esse start. A Prefeitura de Campo Grande, por meio da prefeita Adriane Lopes entendeu a importância dessa proposta, não só para a atual gestão, mas principalmente para a gestão futura. A estruturação de um parque tecnológico de inovação coloca Campo Grande na vanguarda e a transforma, realmente, em uma terra de oportunidade”, frisou.
Tendências globais no agronegócio e a crescente digitalização das práticas agrícolas, como o uso de drones, sensores inteligentes, automação e inteligência artificial foram apresentados como ferramentas indispensáveis para a gestão eficiente de recursos, redução de custos e aumento da competitividade. Neste sentido, o diretor-adjunto da CNA, Matheus Ferreira, falou sobre a importância de um diagnóstico preciso para a escolha correta de ferramentas e melhoria assim da produtividade e produção agrícola.
“Primeiro, eu acho que o ponto fundamental de início desse processo é entender quais são as reais dificuldades do produtor rural. A gente fez aquele estudo que eu apresentei com mais de 12 mil produtores para entender quais são os desafios tecnológicos, porque muitas vezes a gente tem soluções que não vão atender de fato a um problema do produtor rural, principalmente do pequeno e do médio produtor. Então, é preciso entender quais são essas dificuldades, até pra gente ter soluções mais assertivas, buscar soluções que vão de fato resolver o problema. Então esse é o ponto de partida, é entender quais são as dores, os desafios tecnológicos e aí sim a gente vai mapear soluções. Do ponto de vista de mapeamento e solução, o Brasil já é uma referência. Nós temos muita tecnologia voltada pro agro, a Embrapa já desenvolveu muita coisa, as universidades já desenvolveram muita coisa e os empreendedores já desenvolveram muita coisa”, disse.
A Semana de Inovação, que se estende até quinta-feira (28), promete ampliar o debate com painéis e workshops voltados para a integração entre tecnologia e o agronegócio. A expectativa é que o evento contribua para fomentar ainda mais o desenvolvimento do setor, que é um dos pilares da economia brasileira. A organização espera atrair centenas de participantes ao longo da semana, promovendo a troca de experiências e fortalecendo as conexões entre o campo e a indústria tecnológica.
Parceiros como a Confederação Nacional da Agricultura (CNA), a Fundação de Apoio ao Desenvolvimento do Ensino, Ciência e Tecnologia do Estado de Mato Grosso do Sul (FUNDECT), a Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (SEMADESC), a Embrapa Gado de Corte, além do Parque de Inovação Tecnológica de São José dos Campos (PIT/SJC) colabaram com a iniciativa.
O evento conta também com a participação de entidades do Sistema S, como SENAI, FIEMS e SENAC, que representam a sociedade civil organizada em prol do desenvolvimento econômico, tecnológico e social de Campo Grande. Cada uma delas desempenha um papel fundamental na capacitação de mão de obra, no fomento ao empreendedorismo e no fortalecimento da competitividade regional.
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