Foto: Custódio Coimbra, 13-01-2017
Um raio pode cair duas, três e até mais vezes no mesmo lugar — só o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, é atingido cerca de seis vezes por ano. E se acertar diretamente uma pessoa, a chance de sobrevivência é de apenas 2%. A “sorte” é que esses casos representam apenas uma pequena parcela dos incidentes que envolvem as descargas elétricas.
Apesar de baixa, a chance de uma pessoa ser atingida diretamente por um raio existe, e é de 1 para 1 milhão. No entanto, em áreas descampadas sob fortes tempestades, a probabilidade pode aumentar até 1 para mil, de acordo com dados do Grupo de Eletricidade Atmosférica do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Não à toa, as áreas rurais concentram as maiores ocorrências fatais de raios (26%), seguidas dos incidentes em casa (21%), na água ou próximo (9%) e embaixo de árvore (9%).
Geralmente, são os efeitos indiretos associados a incidências próximas que trazem o real risco às pessoas. Como se trata de descargas elétricas de grande intensidade que conectam o solo e as nuvens, a corrente elétrica do raio procura o caminho mais fácil para chegar ao chão — e o “trajeto” vai determinar as consequências para o corpo.
Um raio tem em média 30 mil amperes, cerca de mil vezes a intensidade de um chuveiro elétrico — descarregados em milésimos de segundo.
O que acontece com o corpo quando é atingido?
O Manual MSD, considerado a “bíblia” dos médicos, ensina que a corrente elétrica de um raio atravessa o corpo e gera calor, que queima e destrói os tecidos — inclusive do coração e do pulmão. Por isso, a maioria das mortes de pessoas atingidas por raio é causada por parada cardíaca e respiratória. Além dos tecidos internos, as queimaduras também podem afetar a pele, e a depender da exposição, os danos podem ficar apenas nessa parte do corpo.
Quem sobrevive a um raio tem grandes chances de desenvolver sérias sequelas psicológicas e orgânicas por um longo tempo, pois a descarga pode danificar o sistema nervoso, inclusive o cérebro, e provocar convulsões e perda de consciência.
Outras lesões causadas por raios incluem traumatismos contusos, síndromes neurológicas que geralmente são temporárias, lesões musculares, lesões oculares (catarata induzida por raios, por exemplo), lesões cutâneas e queimaduras, como informa o MSD.
Trovões também podem ser fatais
O trovão nada mais é do que som produzido pelo raio — mas como a velocidade da luz é maior, ele chega depois aos nossos ouvidos.
Segundo o Inpe, o barulho dos raios, embora ensurdecedor em algumas ocasiões, costuma ser inofensivo. No entanto, pode derrubar uma pessoa que esteja muito perto do local de incidência do raio e provocar um incidente fatal.
Por O Globo — Rio de Janeiro
Nenhum comentário:
Postar um comentário