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Tiago Reis afirma que "nada vai melhorar de maneira estrutural"
O mercado recebeu com ceticismo e crítica o lançamento do plano Nova Indústria Brasil (NIB), apresentado pelo governo Lula nesta segunda-feira, 22 de Janeiro. No dia da apresentação da nova política industrial de desenvolvimento, dois dos maiores indicadores econômicos deram sinais claros: a Bolsa de Valores afundou, enquanto o Dólar subiu.
“Melhor que dar dinheiro subsidiado para a indústria é criar bases para que a indústria possa competir de igual para igual com o resto do mundo. Poucas indústrias são obrigadas a operar no Brasil. O Brasil compete com demais países para ver onde vai ficar uma fábrica”, comentou Tiago Guitián dos Reis, fundador da casa de análises Suno Research em sua conta no X (antigo Twitter).
Questionado sobre o setor da agroindústria, o especialista em investimento respondeu que “o agronegócio consegue competir APESAR dos desafios citados. Temos uma combinação de solo e clima que é imbatível para algumas culturas”.
Especificamente para o agronegócio, o NIB de Lula prevê apenas R$ 400 millhões de financiamentos sem reembolso, ou a fundo perdido. É uma ínfima parte dos R$ 300 bilhões anunciados como montante total do plano divulgado pelo governo. Esse dinheiro, de acordo com a cartilha apresentada, deverá ser destinado à compra de máquinas e implementos agrícolas produzidos no Brasil para a agricultura familiar.
De acordo com Tiago Reis, se o Brasil quer competir e atrair indústrias, o que precisa é:
“A) continuar melhorando a nossa infraestrutura. Ao longo das últimas décadas vimos surgir no Brasil excelentes de ferrovias, rodovias e portos privados. Precisamos ampliar estes investimentos privados, dando as empresas segurança jurídica de que os contratos serão honrados.
B) precisamos melhorar o ambiente de negócios: com reformas amplas e profundas (trabalhista, Judiciário, administrativa, política, etc.)
C) precisamos reduzir os impostos para que as empresas brasileiras paguem impostos iguais ou menores que os demais países. Para isso precisamos ter um Estado mais eficiente e que custe menos”.
“Enquanto não fizermos isso, nada vai melhorar de maneira estrutural. Serão apenas voos de galinha para nossa indústria”, concluiu o especialista.
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