sábado, 6 de dezembro de 2025

Veja locais e horários dos jogos do Brasil na Copa do Mundo 2026

 

                                             Foto: Rafael Ribeiro



A Seleção Brasileira já conhece o caminho que percorrerá na fase de grupos da Copa do Mundo de 2026. A estreia será no dia 13 de junho, contra Marrocos, no MetLife Stadium, em Nova Jersey, às 19h (horário de Brasília). Será o primeiro passo do time comandado por Carlo Ancelotti na busca pelo hexacampeonato.


Na segunda rodada, o Brasil volta a campo no dia 19 de junho, quando encara o Haiti no Lincoln Financial Field, na Filadélfia, às 22h (horário de Brasília). Já o encerramento da primeira fase está marcado para o dia 24 de junho, contra a Escócia, no Hard Rock Stadium, em Miami, também às 19h (horário de Brasília).


Caso avance aos 16 avos de final, a seleção enfrentará um adversário vindo do Grupo F, composto por Holanda, Japão, Tunísia e o representante da Europa B — que sairá de Ucrânia, Suécia, Albânia ou Polônia. A partida decisiva será disputada no dia 29 de junho. Se terminar a fase de grupos na liderança, o Brasil jogará em Houston; se avançar em segundo lugar, atuará em Monterrey.


A tabela completa da competição foi anunciada na tarde deste sábado (6), em evento comandado pelo presidente da Fifa, Gianni Infantino, com a presença dos ex-jogadores Ronaldo, Totti, Stoichkov e Lalas. A cerimônia ocorreu no Hilton Capital Hotel, em Washington, nos Estados Unidos.


A Copa do Mundo de 2026 será disputada entre 11 de junho e 19 de julho, em 16 cidades-sede distribuídas entre México, Estados Unidos e Canadá. Os grupos foram definidos na sexta-feira (5), em sorteio realizado no Kennedy Center, também em Washington.


Com 48 seleções e 104 partidas, esta será a maior Copa já realizada. O jogo de abertura, entre México e África do Sul, acontecerá no dia 11 de junho, no tradicional Estádio Azteca, na Cidade do México. A grande final está marcada para 19 de julho de 2026, novamente no MetLife Stadium, em Nova Jersey, palco que também recebe a estreia do Brasil.

Centrão mantém preferência por Tarcísio, e ala vê possibilidade de Flávio não manter candidatura

 

                                          O senador Flávio Bolsonaro (PL-SP) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) em entrevista após visita a Jair Bolsonaro (PL), em setembro


  • Políticos avaliam que candidatura possa ser blefe da família Bolsonaro para tentar controlar situação

  • Governador de Goiás diz que respeita decisão de ex-presidente, e Zema diz 'fazer sentido' pré-candidatura do senador


Dirigentes e líderes de partidos do centrão mantêm a preferência por Tarcísio de Freitas (Republicanos) como candidato à Presidência mesmo após o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ter anunciado, nesta sexta-feira (5), que o pai o escolheu como sucessor para 2026.


Para eles, o governador de São Paulo teria mais chance de ganhar a corrida ao Palácio do Planalto.


A avaliação de políticos consultados pela reportagem é a de que eventual candidatura de Tarcísio poderia unir PL, PP, Republicanos, União Brasil e PSD na disputa contra a reeleição de Lula (PT), enquanto Flávio não deve conseguir costura semelhante.


Caso o filho mais velho de Bolsonaro concorra ao Palácio do Planalto, o cenário desenhado pelo centrão é de pulverização de candidatos na direita —hoje são mencionados como pré-candidatos os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Júnior (PSD-PR).


De forma reservada, um dirigente do grupo afirma que dificilmente Flávio vai conseguir o apoio de todos os partidos. Ele acrescenta que as pesquisas indicam que Tarcísio teria maior vantagem eleitoral do que um dos membros da família Bolsonaro, que carregam maior rejeição.


Aliados do governador dizem que ele resiste a concorrer ao Planalto num cenário de competitividade de Lula e de brigas no campo bolsonarista, principalmente no clã do ex-presidente. Ele só toparia a disputa, dizem, se houvesse uma unidade.


Parte dos políticos reagiu com ceticismo à escolha do senador, classificando o anúncio como estratégia para manter a relevância política e a militância coesa agora que Bolsonaro cumpre pena em regime fechado por tentativa de golpe de Estado, além de estar inelegível desde 2023.


Segundo essa leitura, Flávio não manteria sua candidatura até o fim. O mandato do senador acaba em 2026.


Além disso, a escolha a mais de seis meses do período de registro dos candidatos em 2026 poderia contribuir para a exposição do senador, suscetível a ataques dos adversários.


Em 2021, o STF (Supremo Tribunal Federal) anulou as provas do caso da rachadinha, que implicou Flávio e Fabrício Queiroz, acusado de ser o operador do esquema no gabinete do então deputado estadual.


Como mostrou a Folha, congressistas de direita e aliados de Flávio afirmam que a prisão de Bolsonaro fez com que o filho entrasse na mira do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). A vigília convocada pelo "filho 01" foi mencionada pelo ministro da corte na ordem de prisão ao ex-presidente.



Sem citar Flávio ou Tarcísio, Antônio Rueda, presidente da federação que reúne as duas principais siglas do centrão, União Brasil e PP, criticou a polarização, indicando que a escolha de alguém da família Bolsonaro poderia acirrar o confronto e prejudicar a tentativa de unificação.


"Os últimos acontecimentos apenas reforçam o que sempre defendemos: em 2026, não será a polarização que construirá o futuro, mas a capacidade de unir forças em torno de um projeto sério, responsável e voltado para os reais interesses do povo brasileiro", disse


O governador de Goiás, Ronaldo Caiado, declarou que respeita a decisão de Bolsonaro, mas reafirmou que sua pré-candidatura à Presidência está mantida.


"Ele tem o direito de buscar viabilizar a candidatura do senador Flávio Bolsonaro. Da minha parte, sigo pré-candidato a presidente e estou convicto de que no próximo ano vamos tirar o PT do poder e devolver o Brasil aos brasileiros", afirmou.


Romeu Zema, governador de Minas, afirmou fazer sentido a pré-candidatura do senador. "Quando anunciei minha pré-candidatura ao presidente Bolsonaro ele foi claro: múltiplas candidaturas no primeiro turno ajudam a somar forças no segundo. Então, faz todo sentido o Flávio apresentar seu nome à Presidência. É justo e democrático", disse nas redes sociais.


A comemoração em torno da candidatura de Flávio ficou restrita aos aliados mais próximos do bolsonarismo, como a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), amiga do ex-presidente e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL).


"Eu seguirei a decisão tomada pelo presidente Bolsonaro, seja ela qual for. Eu, em especial, gosto muito do Flávio. É meu amigo querido", afirmou à reportagem a ex-ministra.


Na mesma linha, o secretário-geral do PL, senador Rogério Marinho (RN), disse que a candidatura de Flávio foi "orientada" por Bolsonaro.


"Estaremos juntos na construção de um projeto que represente os valores do povo brasileiro que ama nossa bandeira, sintetizados no respeito à família, na liberdade religiosa, no livre mercado e na liberdade de expressão. Flávio, conte comigo", afirmou, em nota.


Carolina LinharesThaísa OliveiraCatia SeabraFolha de São Paulo

Paulo Miklos prepara álbum como intérprete e flerta com o indie em músicas inéditas

 

                                             Os músicos Paulo Miklos e Papisa - Maria Cau Levy/Divulgação



Não é de hoje que Paulo Miklos mantém o espírito aberto. Numa madrugada de 1982, ele conta, tomou um susto com uma arruaça embaixo da janela da sua casa. Entre gritaria e alguma música estavam ali os Titãs. "Eles chegaram cantando a plenos pulmões ‘bichos, saiam dos lixos!’, e eu abri a janela e falei ‘o que vocês estão fazendo?’", ele lembra, entre risadas, o que foi a gênese de um dos maiores sucessos de sua carreira. "Às vezes acontece isso de você ser predestinado a ser intérprete de uma música."


Quase 45 anos depois, ele recebeu outra visita pela janela —dessa vez, virtual. A cantora Papisa enviou a ele um convite numa mensagem do Instagram —fazer um show ao seu lado. "Marcamos de tomar um café, levei uma série de músicas inacabadas, áudios meus cantando algumas melodias e dei a ideia de compormos juntos —ela adorou, e surgiu essa parceria", afirma ele.


Entre intérprete e compositor, câmeras e microfones, términos e recomeços, Paulo Miklos vive maquinando o novo. O próximo projeto a ganhar vida é justamente sua parceria com a jovem artista paulistana. Eles se apresentam de sexta a domingo como parte da quinta edição do "Circuito" —série de shows que roda o estado de São Paulo com nomes emergentes da música. "Temos duas músicas inéditas que entraram nesse show, mais um elemento especial desse encontro de gerações", diz ele.


As faixas também têm versões de estúdio. "Maremoto" é um rock com cara de indie e fim de anos 1980 que cai como luva para a tessitura roqueira da voz de Miklos. Já "São Paisagens, Novas Descobertas" flerta com música eletrônica numa balada densa. "Ambas tratam de desencontros, mas têm uma luz, uma esperança de recomeço ou luta por um amor", diz o artista. A letra desta última diz "agora eu vejo bem, todas as janelas continuam abertas".


Tão logo encerra a pequena turnê, Miklos embarca na finalização de um disco com lançamento previsto para o ano que vem. O projeto é uma coletânea de canções que marcaram sua história, como "Coisas da Vida", de Rita Lee, que dá título ao disco.


"Eu tenho essa paixão pela Rita, eu cresci ouvindo ela, e nessa faixa eu fiz minha própria segunda voz —algo que ela adorava fazer", diz Miklos. "Uma vez ela disse que se pudesse faria backing vocal para os Titãs, e agora sou eu que estou fazendo isso."


Foi também como intérprete à frente dos Titãs que Miklos marcou a história do rock brasileiro em canções como "Sonífera Ilha", "Marvin" e "Domingo". "Cantar sempre foi meu instrumento principal, e aos poucos eu fui assumindo essa coisa do crooner", diz ele. "A gente tinha isso de escolher os intérpretes, e na banda eu tinha compositores fabulosos, talvez os maiores da minha geração." A produção incessante rendeu 14 álbuns de estúdio mais o "Acústico MTV", de 1997, que estabeleceu o grupo também entre millennials.


Em 2023, os Titãs reuniram toda a trupe para satisfazer fãs dos anos 1980, 1990 e 2000. "Estavam filhos e pais, gente que nunca tinha visto a banda reunida", diz. "A gente estava numa felicidade de ver uns aos outros, de estar junto." A festa foi tanta que a turnê se esticou informalmente até o ano passado, quando a banda se apresentou uma última vez com a formação completa no Lollapalooza.


Miklos segue também como ator. "No show eu lembro ao público, costumo brincar, digo que sou ator também e que fiz ‘Carrossel’", afirma. O vilão na novela infantil é uma linha da obra que tem mais de 30 títulos em cerca de 25 anos de carreira, uma lista que o artista revisou há pouco com ajuda da inteligência artificial.


"Botei no ChatGPT e veio a minha filmografia inteira, desde ‘O Invasor’", afirma Miklos. O filme de Beto Brant, de 2001, foi outro momento de encontro para o artista. O cantor se viu como ator e também como parceiro de cena de Sabotage —um dos maiores nomes do rock nacional e um dos grandes nomes do rap no país, então, estavam contracenando pela primeira vez.


"Era uma novidade para nós dois, aquilo de câmera, a equipe, os cabos, então a gente teve uma aproximação natural, deu uma liga imediata", diz Miklos. "Ele tinha aquela coisa de poeta mesmo, um ouvido aberto para a rua."


Morto em 2003, o rapper ficou na memória do amigo como forma de canção em "Sabotage Está Aqui". A faixa foi lançada no último álbum solo de Miklos, "Do Amor Não Vai Sobrar Ninguém", de 2022. O LP foi seguido por um ao vivo, lançado no ano passado.


Com os discos, a turnê dos Titãs, os filmes —Miklos acaba de lançar o longa "Assalto à Brasileira", de José Eduardo Belmonte, no qual faz o papel de um policial—, o corpo passou a exigir cuidados. "Eu estava no programa Altas Horas e o Serginho Groisman perguntou ao Ney qual era o segredo, e ele disse que era comer pouco e se exercitar —agora eu estou no projeto Ney Matogrosso, sou criterioso com a comida e não atropelo meus horários de musculação."


O estilo é algo diferente do jovem dos anos 1970, quando figura cativa do circuito paulistano de bandas e experimentações da vanguarda, ou do roqueiro que fez pulsar os anos 1980. "Foi bom que fiz o que fiz numa época em que conseguia sobreviver", ele diz. "Hoje uma noite boa de sono faz diferença, e eu preciso de fôlego para me movimentar, atravessar o palco. Até porque a galera lá embaixo tem 20 anos, né?"


Miklos faz 67 anos em janeiro de 2026, seu primeiro aniversário após o término de um casamento de uma década . Nem tempo nem idade parecem frear suas empreitadas. Pelo contrário, mais o relógio avança, maior são as ganas de criar —maior a abertura de espírito. "Meter a cara no trabalho é bom para curar os males, principalmente se você tem o privilégio de trabalhar com o que ama", ele diz. "Vou fazendo, compondo, cantando. A gente tem que ter esperança de conseguir ser feliz. Por isso as canções de amor são muitas."


Paulo Miklos e Papisa

Quando Sex. (5), às 19h, no Tetriz Club - r. Oriente, 425, Campinas; sáb. (6), às 19h, no Moon Club – r. Carlos Gomes, 301, Americana; dom. (7), às 17h, no Cine Clube Cortina - r. Araújo, 62, São PauloOnde Campinas, Americana e São PauloPreço R$ 25, ingressos em sympla.com.br


Felipe Maia

Folha de São Paulo

Morre Frank Gehry, que redesenhou a arquitetura com obras ferozes, aos 96

 

                                               Guillermo Martinez/Reuters

  • Vencedor do Pritzker se tornou gigante dessa arte nos EUA

  • Ele ergueu o Guggeinheim de Bilbao e e o Disney Concert Hall


Frank Gehry, um dos grandes talentos da arquitetura mundial, morreu nesta sexta-feira em sua casa em Santa Monica, nos Estados Unidos, aos 96 anos. Ele enfrentava uma doença respiratória.


O maior sucesso de Gehry foi o museu Guggenheim, em Bilbao. Situado no que antes foi uma cidade industrial em declínio na Espanha, este edifício exuberante, revestido de titânio, foi uma sensação internacional quando abriu, em 1997, e ajudou a revitalizar a cidade e a transformar Frank Gehry no arquiteto dos Estados Unidos mais reconhecido no mundo desde Frank Lloyd Wright.


Sua aparência alegre —composição de formas prateadas cintilantes que pareciam ter explodido do solo— apontava para a chegada de uma nova arquitetura, carregada de emoção.


Gehry, um dos primeiros arquitetos a compreender o potencial libertador do design feito no computador, passou a criar outros edifícios célebres —muitos considerados obras-primas—, que em sua bravura escultural e poder visceral igualaram ou até superaram a arquitetura barroca do século 17.


Entre eles estão o Walt Disney Concert Hall, em Los Angeles, com um interior semelhante a um casulo, concluído em 2003; o New World Center, uma sala de concertos em Miami repleta de salões de ensaio cilíndricas, inaugurada em 2011, e a Fundação Louis Vuitton, museu em Paris que parece feito de vidro.


Mas Gehry, que ganhou o prestigioso prêmio Pritzker de arquitetura em 1989, já havia feito seu nome muito antes. Ele irrompeu na consciência do mundo arquitetônico em 1978, com a construção de uma casa em Santa Monica, na Califórnia, que ele projetou e na qual viveu por quatro décadas —um bangalô barato, com estrutura de madeira, que o artista despedaçou e envolveu numa nova pele de compensado, metal corrugado e tela metálica.


A colisão crua e até violenta de formas parecia capturar as divisões políticas e geracionais que tensionavam a família e a sociedade americana desde os anos 1960, o que estabeleceu Gehry como uma força na arquitetura.


Nos anos seguintes, ele produziu várias outras casas cujas composições brutas evocavam estruturas em meio à construção. "Eu estava me rebelando contra tudo", afirmou Gehry em entrevista ao jornal The Times em 2012, ao justificar a sua antipatia pelos movimentos arquitetônicos da época, exemplificados pela Farnsworth House na pradaria de Illinois, um pavilhão modernista austero, plano, de aço e vidro projetado por Mies van der Rohe. "Eu não conseguiria viver numa casa assim", acrescentou.


"Teria que chegar em casa, limpar minhas roupas, pendurá-las de forma adequada. Achei que era esnobe e afetado. Simplesmente não se encaixava na vida."


Gehry depois expandiu o seu repertório com designs cada vez mais esculturais. Eles incluíam as formas contorcidas de estuque branco do museu de design Vitra, inaugurado em 1989, em Weil am Rhein, na Alemanha, e duas torres cilíndricas unidas num abraço balético em Praga —edifício de 1996 chamado Casa Dançante, ou Ginger e Fred, em homenagem à dupla de dançarinos Ginger Rogers e Fred Astaire.


Para alguns, seu trabalho era mais de escultura do que de arquitetura. Outros o viam como emblemático de uma cultura global que reduzia a arquitetura a uma marca. Gehry, cujo nome era reconhecido em todo o mundo, às vezes era tido como uma estrela.


Mas a ferocidade emocional de seu trabalho podia parecer capacitadora, como se a arquitetura tivesse redescoberto uma parte de si mesma que havia sido perdida após décadas de funcionalismo sombrio e clichês pós-modernistas. E o foco generalizado nos exteriores deslumbrantes de seus edifícios podia distrair dos objetivos mais profundos de Gehry —criar uma arquitetura que não fosse apenas impactante, mas democrática em espírito e evocativa da desordem da vida humana.


Ele nasceu Frank Owen Goldberg em 28 de fevereiro de 1929, numa família judaica, numa região operária de Toronto, no Canadá, filho de Irving e Sadie Caplan Goldberg. Seu mundo desmoronou por volta da década de 1940, quando seu pai sofreu um ataque cardíaco e eles mudaram para Los Angeles, fugindo do inverno.


Como arquiteto, Gehry foi um talento tardio. Após uma breve passagem pelo Exército, casou-se com Anita Snyder, de quem se separou em 1966, e ingressou na Universidade do Sul da Califórnia, onde estudou cerâmica. Ele mudou para arquitetura depois que um professor o apresentou a Raphael Soriano, um pilar do modernismo do pós-guerra no sul da Califórnia. Foi também nesta época que ele adotou Gehry como sobrenome, segundo ele para escapar do antissemitismo.


Gehry ainda trabalhava em projetos como uma loja de 7.600 metros quadrados para a Louis Vuitton, em Beverly Hills. O arquiteto deixa a mulher Berta Isabel Aguilera e os quatro filhos, Samuel, Leslie, Alejandro e Brina.


Nicolai OuroussoffNova York | The New York Times

Estreia de espetáculo teatral “Petúnia” marca 22 anos do Grupo Fulano di Tal

 

                                                Foto: Douglas Moreira



De 7 a 14 de dezembro, o grupo percorre seis cidades de MS , ocupando espaços públicos e reafirmando o compromisso com a formação de plateia e a democratização do acesso à arte.

O Grupo Fulano di Tal inicia em dezembro a circulação do espetáculo “Petúnia”, concebido na celebração dos 20 anos da companhia. Criado em em 2023, o projeto “Fulano di Tal – Ato 20” é um marco de atuação na cena teatral sul-mato-grossense, duas décadas de pesquisa, invenção cênica e intensa relação com artistas e comunidades do Estado.


A cidade de Rochedo será o ponto de partida. A estreia acontece neste domingo (7), às 17h30, no Clube Chicão, que fica situado na Avenida Evangelina Viera. A partir daí, “Petúnia” percorre outras cinco cidades de Mato Grosso do Sul, ocupando espaços públicos e reafirmando o compromisso do grupo com a formação de plateia e a democratização do acesso à arte.


O diretor da companhia, Marcelo Leite, explica que a escolha de “Petúnia” para circular em 2025 surgiu naturalmente no processo criativo. “O que era para ser uma comemoração de 20 anos virou celebração dos 22. Estrear ‘Petúnia’ agora, depois da experiência com o Palco Giratório, consolida um fazer teatral que descobrimos com o espetáculo ‘A Fabulosa História do Guri-Árvore’. Criamos visualidades, figurinos, objetos e maquiagem no nosso ateliê, com toda equipe envolvida. Esse formato tem nos agradado muito”.


Marcelo destaca que o novo trabalho nasce após uma vivência transformadora. “A circulação pelo Palco Giratório do Sesc, nos permitiu percorrer 31 cidades de 18 estados e um total de 34, é um marco para nós. Foi a primeira vez que um grupo de teatro de Mato Grosso do Sul entrou no projeto — antes, só a dança havia alcançado isso. Essa etapa mexeu profundamente com nosso fazer artístico”, afirma.


Fundado em 2003, o Fulano di Tal já encenou 18 espetáculos e se tornou referência na produção teatral independente no Estado, atuando com processos colaborativos, intercâmbios e formação de público.


Com “Petúnia”, a companhia reforça esse movimento, iniciando nova itinerância por seis municípios. Com dramaturgia, direção e produção de Edner Gustavo, que assina cenografia e figurino ao lado de Douglas Moreira, a obra mergulha no delírio, na memória e na reinvenção como gesto de resistência.


“‘Petúnia’ fala de memória e invenção como sobrevivência — assim como o próprio Fulano di Tal. São 22 anos criando, enfrentando desafios e encontrando modos de existir. A peça trata disso: da destruição que vira poesia e da reinvenção que permite continuar”, explica Edner.


Ele acrescenta que o Palco Giratório influenciou profundamente o modo de produção do grupo. “O intercâmbio artístico e de gestão foi transformador. Isso reverbera em ‘Petúnia’. Pensamos a qualidade do espetáculo mesmo em cidades sem teatro, porque queremos proporcionar experiências completas para cada público”.


E as cidades já se preparam para receber o grupo. Em Bodoquena, por exemplo, a apresentação será na tradicional Feira do Produtor, ponto de encontro da comunidade.


Para Edson Antônio Pereira, gerente do Departamento de Cultura, a parceria valoriza o cenário cultural local. “Receber o Fulano di Tal é uma oportunidade valiosa. Ampliar o acesso à arte é uma diretriz da Gestão Municipal, que busca ações que dialoguem com a identidade do município”.


Ele também ressalta o potencial do espaço. “A Feira do Produtor é palco de diversas manifestações culturais. À noite, recebe entre 500 e 700 pessoas; durante o dia, de 100 a 150. É um ponto vivo da cidade, onde a arte encontra o público naturalmente”.


O espetáculo – Em “Petúnia”, uma criatura narradora tenta reconstruir, entre lapsos e ruínas afetivas, a história de uma jovem nascida em um lugar onde ser feia é destino. Petúnia, “a mais feia das feias”, percorre memórias da mãe, comadres horrorosas, um monstro e um amor : e um amor por uma Criatura Sem Nome. Entre mito e lembrança, o espetáculo revela a beleza do que permanece: a invenção como forma de existir.


A obra tem dramaturgia, direção e produção de Edner Gustavo, colaboração dramatúrgica de Nicoli Dichoff, atuação das atrizes-criadoras Kelly Figueiredo, Luana Vilela e Nicoli Dichoff, assistência de direção e produção de Marcelo Leite, cenário, figurino e maquiagem de Douglas Moreira e Edner Gustavo, iluminação e técnica de palco de Breno Lucas, trilha original de Ewerton Goulart e interprete de Libras, Sinalize.


A circulação conta com financiamento do FIC – Fundo de Investimentos Culturais de Mato Grosso do Sul, da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul), Setesc e Governo do Estado. Acompanhe o projeto pelo Instagram @fulanodital.


Serviço



Circulação 2025 – espetáculo “Petúnia” – 22 anos do Grupo Fulano di Tal

07/12 (domingo) – Rochedo – às 17h30

Local: Clube Chicão

Endereço: Avenida Evangelina Viera – Praça Maria Sem Troco


08/12 (segunda-feira) – São Gabriel do Oeste – às 19h

Local: Centro de Eventos Felipe Eduardo Grimm

Endereço: Rua João Rodrigues Miranda, 844 – Centro


09/12 (terça-feira) – Miranda – às 19h

Local: Escola Estadual Carmelita Canale Rebuá

Endereço: Avenida João Pedro Pedrossian, 809 – Centro


10/12 (quarta-feira) – Bodoquena – às 19h

Local: Feira do Produtor Rural

Endereço: Av. Manoel R. Oliveira, 786


11/12 (quinta-feira) – Guia Lopes da Laguna – às 19h

Local: Salão Paroquial

Endereço: Rua Capitão Pizá Flôres, 248 – Centro


13 e 14/12 (sábado e domingo) – Campo Grande – às 19h

Local: Espaço Fulano di Tal

Endereço: Rua Rui Barbosa, 3099 – Centro


 

Com reportagem de Aline Lira e Lucas Arruda



“Palhasseata” leva música, poesia e riso às ruas da Orla Morena neste domingo

 

                                              Foto: Vaca Azul



Um dos momentos mais esperados da IX Pantalhaç@s – Mostra de Palhaç@s do Pantanal acontece neste domingo (7), a partir das 17h, quando a Palhasseata toma a Orla Morena com um cortejo de palhaços, música ao vivo, canto coletivo e a energia festiva que marca a tradição circense. O cortejo, que este ano ganha uma preparação inédita, antecede a apresentação internacional do Latin Duo (Argentina/Peru), às 18h, no Teatro de Arena.


A Palhasseata é, há anos, um símbolo da Mostra: um gesto poético e político que rompe fronteiras entre arte e cidade, interrompe o ritmo cotidiano e convida o público a caminhar junto com artistas de várias regiões do Brasil e da América Latina. Em 2025, ela ganha um novo fôlego musical sob coordenação do palhaço Thiago Sales, que também se apresenta na segunda-feira na Mostra.


Thiago, que desenvolve há anos trabalhos de cortejos musicais em festivais de palhaçaria, trouxe para Campo Grande um formato mais cuidadoso de preparação, com arranjos inéditos, paródias compostas especialmente para o evento e o envio antecipado de partituras para os artistas que tocam instrumentos de sopro.


“As canções têm uma potência enorme no cortejo, porque permitem que todo mundo participe, quem toca, quem canta e até quem encontra o festival pela rua. A paródia ajuda nisso: a pessoa já conhece a melodia e rapidamente aprende a nova letra. É humor, é festa, é convite. Estou muito confiante de que será um momento lindo”, afirma Thiago.


Além da criação musical, o artista também preparou linhas melódicas acessíveis, pensadas para incluir músicos iniciantes e ampliar a participação dos artistas presentes na Mostra. O cortejo contará ainda com ensaios prévios e organização de um grupo de batucada, garantindo unidade e força sonora ao percurso.


Para os idealizadores da Pantalhaç@s, a Palhasseata é um dos pilares da Mostra justamente por tornar a arte acessível, ocupando ruas e aproximando a população da palhaçaria.“A Palhasseata é um alívio dentro da cidade. Ela quebra a rigidez do cotidiano e cria um momento de encontro, de pertencimento — uma beleza que aparece no meio do concreto”, define Anderson Lima, da Flor e Espinho Teatro.


A expectativa é que a Orla Morena se transforme em um grande corredor de festa, onde famílias, crianças, ciclistas e transeuntes possam acompanhar o cortejo, cantar as paródias criadas para a edição e sentir a vibração que inaugura a segunda metade da Mostra.


Thiago reforça o caráter afetivo e histórico do cortejo dentro da cultura circense. “Os primeiros circos anunciavam sua chegada com cortejos musicais. Era um modo de avisar à cidade que o riso havia chegado. A Palhasseata segue essa tradição, só que ampliada, porque agora também é celebração, encontro e troca entre artistas e público”.


Com música, humor e comunidade, a Palhasseata promete ser um dos momentos mais marcantes desta 9ª edição, que conta com investimentos da PNAB (Política Nacional Aldir Blanc), do Governo Federal, através do MinC (Ministério da Cultura), operacionalizado pelo Governo do Estado, por meio da FCMS (Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul.


PROGRAMAÇÃO DA MOSTRA


SÁBADO – 06/12

9h às 12h — Oficina Que palhace é esse? – Gabriel Cavalcante

Local: Flor e Espinho

16h — Apalhassadamuzikada… Uma Sinphonia Engrassada! – Turma do Biribinha (AL)

Local: Teatro Prosa Sesc

19h — Batalha – Dagmar Bedê (MG)

Local: Teatro de Arena – Orla Morena

21h — Roda de Palhaç@s – sonhos, frustrações e utopia

Local: Flor e Espinho


DOMINGO – 07/12

9h às 12h — Oficina Que palhace é esse? – Gabriel Cavalcante

Local: Flor e Espinho

9h às 12h — Oficina Teoria e Prática do Malabarismo – Passe de Claves – Vitor

Local: Circo do Mato

17h — PALHASSEATA

Local: Teatro de Arena – Orla Morena

18h — Se Desconcierta el Concierto – Latin Duo (Argentina/Peru)

Local: Teatro de Arena – Orla Morena


MS e Google firmam acordo para fomentar transformação digital

 





O Governo de Mato Grosso do Sul formalizou acordo de cooperação técnica com o Google Brasil para ajudar a acelerar a transformação digital regional e consolidar o Estado como uma referência em inovação para políticas públicas digitais do país. O Memorando de Entendimento (MoU) assinado prevê cooperação em tecnologia, inteligência artificial e infraestrutura em nuvem, envolvendo áreas essenciais da administração pública.


A iniciativa foi anunciada durante reunião realizada na sede do Google, em São Paulo (SP), com participação do governador Eduardo Riedel, secretários de Estado e de executivos da empresa. O objetivo é potencializar a eficiência da gestão estadual e ampliar a oferta de soluções tecnológicas para a eficiência operacional de setores-chave do Estado, como educação, saúde e segurança pública.


"Nossas ações dentro do Governo do Estado estão muito focadas na transformação digital, que na atualidade tem um papel fundamental para a efetividade da gestão estratégica sair do papel e ser executada, chegando à população. Por isso, a digitalização e modernização do Estado estão entre os nossos pilares de Governo", disse o governador Eduardo Riedel durante a assinatura, destacando ainda a importância da IA e outras tecnologias na sociedade atual e no serviço público.


Além das áreas já citadas, o agronegócio também deve se beneficiar dessa iniciativa. Uma das principais forças econômicas de Mato Grosso do Sul deve experimentar, a partir do uso da inteligência artificial, ampla otimização da cadeia produtiva, além do aprimoramento da previsão climática, fundamental para as plantações.


Por ser um dos maiores polos agropecuários do Brasil, Mato Grosso do Sul será campo de testes para modelos avançados que prometem elevar a produtividade e apoiar tomadas de decisão.


Presidente do Google Brasil, Fábio Coelho ressaltou o ressaltou o crescimento econômico e social de Mato Grosso do Sul. Esse panorama tende a melhor ainda mais com as ações de modernização e otimização de políticas públicas que contarão com maior amparo tecnológico.


"O Mato Grosso do Sul já é uma potência no agronegócio e a tecnologia pode ser uma aliada para o crescimento do Estado. Queremos apoiar o Governo do Estado a levar o impacto positivo da tecnologia para a população", afirmou o executivo.


Educação e gestão em foco


O Governo do Estado pretende também aplicar tecnologias do Google para personalizar currículos, melhorar o desempenho dos alunos e aumentar a eficiência administrativa das escolas.


A modernização beneficiará a estrutura interna do Estado, com apoio de soluções de nuvem (armazenamento de dos dados e sistemas online) e machine learning (aprendizado de máquina) para a gestão pública avançar na organização de dados e no aumento da transparência e da economia de recursos.


A criação de uma base de dados estruturada permitirá que, futuramente, novas aplicações de IA sejam integradas a serviços essenciais, como saúde, segurança e finanças. Para o Governo de Mato Grosso do Sul, o acordo representa um passo decisivo rumo a uma administração mais moderna, inteligente e conectada às necessidades da população.


O governador Eduardo Riedel participou do evento em São Paulo (SP) acompanhado dos secretários Rodrigo Perez (Governo e Gestão Estratégica) e Jaime Verruck (Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação)..