sábado, 7 de janeiro de 2023

Obras da ponte sobre o rio Paraguai avançam e governo de MS foca nas oportunidades socioeconômicas da Rota

 

                                             Foto:Divulgação


As obras da terceira ponte internacional ligando o Brasil ao Paraguai na altura dos municípios de Porto Murtinho e Carmelo Peralta, encerraram o ano com 13% do cronograma concluídos, segundo informações do Ministério de Obras Públicas e Comunicações do País vizinho. A construção está na etapa estrutural, tendo sido executadas 86 das 300 estacas de concreto com 1 metro de diâmetro e 24 colunas com 2 metros de diâmetro na cabeceira do lado paraguaio da ponte. Ao todo, essas estruturas somam 4 mil metros lineares e consumiram 7.500 metros cúbicos de concreto.


As estacas são cilindros de concreto armado que servem de fundação à ponte e são erguidas a uma profundidade variável entre 33 e 43 metros, encravados no maciço rochoso denominado xisto, conforme explicaram os técnicos responsáveis.


A obra é financiada pela usina Itaipu Binacional no valor de 616.836.755.744 de guaraníes e terá uma extensão total de aproximadamente 1.293 metros, dividida em três trechos: dois constituirão os viadutos de acesso nas duas margens do rio Paraguai, e a zona central que compreende a parte estaiada, sobreposta ao rio, medirá 625 metros de extensão.


Da mesma forma, do lado brasileiro, estão sendo feitos os preparativos para a execução das estacas, cujo início está previsto para a primeira quinzena de janeiro de 2023. A central dosadora de concreto já está montada no lado brasileiro, juntamente com os armazéns de apoio. A travessia de todo esse material para a margem brasileira do rio foi feita sobre jangadas.


Cerca de 180 trabalhadores estão envolvidos diretamente na obra e para garantir a celeridade do processo, algumas equipes fazem horas extras, informa o Ministério de Obras Públicas e Comunicações do Paraguai. A previsão é de concluir as obras no ano que vem.


A Rota Bioceânica é um corredor rodoviário com extensão de 2.396 quilômetros que ligará os dois maiores oceanos do planeta, Atlântico e Pacífico, partindo do Brasil e chegando aos portos de Antofagasta e Iquique, no Chile, passando por Paraguai e Argentina.


Ajustes no cronograma


Tendo em vista o adiantado da obra no lado paraguaio, o secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de Mato Grosso do Sul, Jaime Verruck, disse que já posicionou o governador Eduardo Riedel da necessidade de discutir com o governo federal um ajuste no cronograma para que a conclusão da ponte coincida com o término da pavimentação do acesso de 13 quilômetros ligando a BR-267, incumbência do Brasil no projeto.


O secretário salientou que a Semadesc já tem uma série de planejamentos para ocorrer ao longo do ano de 2023, incluindo as ações relativas ao acordo entre as alfândegas cujas tratativas estão em andamento com os presidentes do Paraguai, Chile e Argentina. “É fundamental que a gente continue nesse processo das alfândegas únicas, pois consideramos primordial essa ação de estabelecermos que a rota seja uma rota alfandegada para que a gente não perca todo ganho de competitividade que teremos em relação a custo e tempo de viagem”, salientou.


Um outro ponto que começa a ser discutido a partir de 2023 é o envolvimento mais forte do setor empresarial. “Vamos criar, junto às federações da Indústria e da Agricultura, alguns comitês entre os países para que a gente consiga estruturar os negócios ao longo da Rota Bioceânica.”


Paralelamente – continua o secretário – intensificam-se os contatos para apresentar a rota a outros mercados, não só o chinês, como também indiano e todo sudoeste asiático, “para que eles consigam fazer seus planejamentos, na lógica que nós queremos tornar Mato Grosso do Sul um grande hub logístico de distribuição de produtos oriundos daqueles países”.


O governo começa a trabalhar, ainda, com a prefeitura de Porto Murtinho visando qualificar as pessoas da cidade para absorver os ganhos advindos da Rota. “Vamos trabalhar a qualificação dos empresários e da população em geral para que se apropriem das oportunidades de negócios que surgirão. Porto Murtinho se intitula o Portal da Rota Bioceânica, portanto é justo que desfrutem do processo de crescimento econômico que virá a partir dessa nova realidade”.  Toda essa articulação passará pela Semadesc, pontuou Verruck.


Publicado por: João Prestes

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