segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Com baixa adesão, campanha contra a pólio é prorrogada

 

                                          Campanha segue em todas as unidades de saúde (Foto: Divulgação )

Revista Oeste

Ainda longe de atingir a meta, pelo menos 12 Estados, mais o Distrito Federal, prorrogaram até o fim de outubro a campanha contra a poliomielite.


A meta era vacinar 95% das crianças de até 5 anos, mas o índice chegou a 54% apenas nesta campanha, lançada em agosto. Já a cobertura vacinal contra a pólio em crianças com menos de 5 anos, que deveria ser de 95%, está em 70%.


A doença foi eliminada do país — desde 1989, não se registrava nenhum caso, mas, com a queda da vacinação desde 2015, diversos órgãos ligados à saúde advertem para o risco de retorno da doença. A Organização Pan-americana da Saúde (Opas), agência ligada à Organização das Nações Unidas (ONU), informou em setembro que esse risco é altíssimo.


Somente no Estado de São Paulo, 8 em 10 municípios estão na lista de alto risco para o retorno da enfermidade. Por isso, a campanha de vacinação contra a pólio foi prorrogada até o final deste mês de outubro.


A Paraíba foi o primeiro a alcançar a meta da campanha de imunização a paralisia infantil: até agora, a cobertura vacinal chegou a 95,1% e mais de 235 mil crianças foram vacinadas. O Amapá vem na sequência, com 90,3%. Já os Estados com menor cobertura são Roraima, com 30,5%, e Acre, 30,3%, segundo dados do Ministério da Saúde.


Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que novos casos da doença foram registrados em Israel, Afeganistão e Paquistão, onde ela é considerada endêmica. Os Estados Unidos registraram um caso em agosto e o Estado de Nova Iorque declarou emergência. Em Londres, traços do poliovírus foram encontrados no esgoto e uma campanha de vacinação foi lançada. A pólio é transmitida por água, fezes, alimentos contaminados e contato com uma pessoa infectada.


Em agosto, o governo lançou uma campanha nacional de vacinação, com a meta de imunizar 14 milhões de crianças. Enquanto a campanha transcorria, o ministro Alexandre de Moraes, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), impediu, em 23 de agosto, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, de fazer um pronunciamento para chamar os pais para a campanha.


Ele alegou que o governo não demonstrou a “gravidade ou a urgência que justifiquem a aparição da figura do ministro da Saúde em cadeia nacional” em período eleitoral. Em 6 de outubro, novo pedido foi negado pelo TSE, com o mesmo argumento.

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