segunda-feira, 14 de março de 2022

Esvaziado, União dá o pontapé na disputa pelo governo de Mato Grosso do Sul

 

Celso Bejarano


Com o registro aprovado há exatos 32 dias pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) como novo partido político brasileiro, decorrente da fusão do DEM com o PSL, o União Brasil deu neste sábado o pontapé inicial na estruturação da legenda e ainda na pré-campanha à disputa pelo governo de Mato Grosso do Sul. Aos votantes, 44 é o número da nova sigla.


Porém, parlamentares que conquistaram mandatos pelo PSL e DEM, na eleição passada, em 2018, debandaram. 


Dos oito eleitos para Assembleia Legislativa, Câmara dos Deputados e Senado, conforme apurou o Correio do Estado, ficou somente a senadora Soraya Thronicke, com mandato até 2026 e presidente regional da nova legenda.


Na cerimônia que aconteceu neste sábado, na sede do Rádio Clube Campo, em Campo Grande, a deputada federal Rose Modesto, então no PSDB, discursou como a pré-candidata ao governo. A senadora Soraya Thronicke, ex-PSL, será nomeada a presidente regional.


Rose sai do ninho dos tucanos, que a abrigava há 15 anos, por ter sido preterida pelo partido para a disputa do governo e da prefeitura da Capital, em 2020, no lugar de Marquinhos Trad (PSD), agora adversário do tucano Eduardo Riedel.


Com isso, ela virou a grande esperança do União Brasil nas eleições deste ano em Mato Grosso do Sul, sendo a única adesão destacada, por ora, indo no sentido contrário.


A DEBANDADA

O deputado estadual Barbosinha, que se elegeu pelo DEM, consequentemente, virou integrante do União Brasil.


Contudo, nem à solenidade de filiação de Rose e à nomeação da senadora ele vai, e reafirmou o que havia dito antes, o de que buscaria outra legenda para ir às urnas em outubro.


“Rose [a pré-candidata ao governo pelo União Brasil] é uma querida amiga. Mas não poderei comparecer ao evento”, afirmou Barbosinha, na sexta-feira à tarde, ao jornal.


Já quanto ao seu novo partido, afirmou que “há a possibilidade” de assinar ficha na “semana que vem” ou no PSDB, do pré-candidato Eduardo Riedel, ou no PP, da ministra Tereza Cristina (Agricultura), pré-candidata ao Senado. Pelas articulações em curso, o PP deve apoiar Eduardo Riedel.


O deputado estadual Zé Teixeira, outro eleito pelo extinto democrata, disse semana passada que não ficaria no União Brasil por “falta de afinidade política” com a nova sigla. Ele pode ir para o PSDB, conforme avisou recentemente.


Capitão Contar, deputado estadual eleito enquanto era filiado ao PSL, do mesmo modo que os dois parlamentares do DEM, rejeitou a proposta de juntar-se à legenda chefiada pela senadora Thronicke. O militar preferiu ir para o PL, do presidente Jair Bolsonaro.


Assim que tomou a decisão, duas semanas atrás, até avisou que estaria “disposto” a concorrer à sucessão do governador Reinaldo Azambuja, do PSDB. A ideia de Contar, contudo, ao menos por enquanto, não prosperou.


Também eleito pelo PSL, sigla que ele deixou ainda no ano passado, o coronel David, hoje sem partido, afirmou à reportagem que, “semana que vem”, assina com a nova sigla, não no União Brasil.


OS FEDERAIS

Já o deputado federal Luiz Ovando, o doutor Ovando, eleito também em 2018 pelo PSL, já avisou que segue os passos da ministra Tereza, e deve assinar a ficha no PP, em evento previsto para o dia 20 ou 21 deste mês.


Tereza vai presidir o PP regional e Ovando, candidato à reeleição, será o vice-presidente da sigla no Estado.


O deputado estadual Loester Trutis, eleito deputado federal também pelo extinto PSL, é outro que não quis conversa com o União Brasil.  


Neste sábado, em Brasília (DF), ele filia-se ao partido PL, meio, segundo ele, de fortalecer o programa de reeleição de Bolsonaro em MS.


Antes, Trutis, disse que iria para o PTC, e, por lá, candidatar-se ao governo. Mudou de ideia e confidenciou ser pré-candidato à reeleição.


FUSÃO

A fusão e a incorporação de partidos, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, estão previstas em lei, a chamada Lei dos Partidos Políticos.


No artigo 29, a norma determina que os diretórios nacionais das legendas são livres para deliberar sobre a fusão de uma ou mais siglas ou, ainda, sobre a incorporação à outra, desde que respeitando a soberania nacional, o regime democrático, o pluripartidarismo e os direitos fundamentais da pessoa.



Com informação do Correio do Estado

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