quinta-feira, 17 de fevereiro de 2022

Paraguai vai ficar sem soja no meio do ano

 




Vizinhos querem “incentivo fiscal” para competir no mercado
Por:  -Leonardo Gottems


Devido à forte estiagem que atinge o país, a indústria de processamento de soja do Paraguai ficará sem grãos no meio do ano. De acordo com Câmara Paraguaia de Processadores de Oleaginosas e Cereais (Cappro), isso pode provocar a primeira importação da oleaginosa in natura da história do país, visando garantir o abastecimento do setor.



O Paraguai, que é o quarto maior exportador de soja do mundo, enfrenta sua pior safra em uma década, além de problemas na importante hidrovia Paraguai-Paraná, elevando os custos de transporte. 


A previsão dos especialistas é de uma queda na produção que pode reduzir a quantidade de grãos pela metade em relação à safra anterior – quando a colheita foi de cerca de 10 milhões de toneladas. “Esse número pode piorar, dependendo das chuvas dos próximos meses”, disse a Cappro, que representa grandes empresas como ADM, Bunge, Cargill e Dreyfus, em declarações dadas à agência Reuters. 


Segundo eles, a capacidade ociosa de moagem pode ser de 60% a 70% no segundo semestre de 2022: “Dada essa situação, espera-se que as empresas dificilmente poderão continuar processando soja durante o segundo semestre do ano.”


Agora, a Cappro pleiteia junto à Equipe Econômica Nacional do governo que aprove um “incentivo fiscal” para permitir a importação. O atual regime fiscal torna antieconômica a compra de soja no exterior. “Alternativas poderiam ser buscadas para atender a demanda que não pode ser atendida localmente”, disse a Câmara.


O complexo industrial de soja do Paraguai processou cerca de 2,8 milhões de toneladas da oleaginosa no ano passado, o nível mais baixo desde 2013 e cerca de 500.000 toneladas a menos que em 2020, mostram dados da Cappro. “Estamos vivendo um dos piores anos da história”, concluem os processadores.

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