Considerado o ano do vinho brasileiro, 2020 apresentou resultados históricos para o setor vitivinícola. A comercialização de vinhos finos registrou alta próxima de 100% em relação a 2019, e o consumo per capita por maiores de 18 anos saltou de 2,13 litros para 2,78. Os dados foram levantados pela Ideal Consulting. Para completar o cenário de bons resultados, a qualidade das uvas colhidas também foi excepcional e 2020 exibiu uma das melhores safras da história.
Após um ano repleto de índices positivos, o desafio do setor em 2021 é manter o mercado aquecido apesar das incertezas econômicas do país. Para discutir esse cenário e oportunizar novos negócios, a Wine South America - maior e principal feira profissional de vinhos da América Latina - intensifica neste ano um conceito de evento híbrido, que une os formatos digital e físico com discussões dos temas mais relevantes do setor e a promoção de ambientes para relacionamento e negócios, mantendo assim a essência do evento.
A Wine South America caminha para a sua 3ª edição e já confirmou a realização de um Circuito Digital, que começa em maio, com os eventos Wine Summit e Wine Connection. Ambos encontros serão realizados em versão digital e buscam repetir a ampla adesão e engajamento do setor, que já compareceu virtualmente nas edições realizadas em novembro de 2020.
Na avaliação de Deunir Argenta, presidente da União Brasileira de Vitivinicultura (Uvibra), 2021 se desenha até o momento como um ano que pede cautela, mas que ainda conta com um ar de otimismo em função do excelente período vivenciado em 2020. "Está sendo um ano de precaução. As vendas nos três primeiros meses foram bem semelhantes ao mesmo período do ano passado, quando praticamente não havia ainda a pandemia. Para o restante do ano, temos o desafio e a expectativa de manter os bons resultados. Uma das nossas preocupações atualmente é a falta de matéria-prima. Muitas vinícolas estão enfrentando dificuldades para conseguir garrafas", relata.
Em volume, a safra de 2021 deve somar cerca 750 a 800 milhões de quilos de uva, avalia Argenta. O número é bem superior aos cerca de 500 milhões de quilos de uva colhidos em 2020. "Essa é mais uma razão para torcermos por boas vendas em 2021. No ano passado, conseguimos comercializar o que restava de 2019 e mais o que produzimos em 2020. Agora estamos repondo bem os nossos estoques, então é importante alcançarmos boa comercialização", explica.
Para Felipe Galtaroça, CEO da Ideal Consulting, dificilmente o setor conseguirá repetir o crescimento de 2020 neste ano, o que evidencia a necessidade dos produtores de buscar alternativas inovadoras para seguirem fortalecidos no mercado. "Além da questão dos insumos, o consumidor está com o psicológico mais afetado. Em 2020, imaginava-se que a pandemia duraria pouco tempo, mas agora o poder de compra está menor", destaca. Galtaroça irá participar do primeiro dia do Webinar Wine Summit, apresentando um panorama do mercado de vinhos do Brasil.
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