terça-feira, 16 de abril de 2019

Militar pode ter sido morto por recusar cigarro a acusado






O pintor de paredes de 31 anos preso acusado pela polícia de matar com uma facada no coração o major aposentado do Exército, Paulo Settervall, 57 anos, pode ter cometido o crime por um motivo fútil: a vítima, que desceu do seu quarto para fumar em frente ao hotel onde estava hospedado, em Bonito, teria recusado lhe dar um cigarro. Na primeira conversa com investigadores, o homem dise que estava "transtornado por ter brigado com a mulher." Mas testemunhas ouvidas garantem que ele estava alterado pelo uso de drogas.

O acusado foi preso durante a madrugada desta terça-feira (16), na casa de um amigo. Ele possui passagem anterior pela polícia por desacato, ameaça e tráfico de drogas e respondia em liberdade por essa última acusação.

A polícia conferiu que pelo menos parte da história é verídica. O acusado esteve na casa da ex-mulher na tarde de domingo (14) aparentando estar sob efeito de drogas, brigou e só voltou à noite, com a faca suja de sangue e completamente alterado. Nervoso, ameaçou a ex-companheira, que chamou a Polícia Militar, ajudando assim na sua identificação.

De lá, o acusado passou em sua casa, onde queimou suas roupas. E foi pedir ajuda à mãe, dizendo estar com medo após descobrir quem havia esfaqueado. Familiares recomendaram que ele se entregasse, mas preferiu se esconder na casa de um amigo, cujo endereço foi fornecido pelos parentes, assustado com o risco dele se ferir.

Delegado responsável pelo caso, Gustavo Henriques Barros prefere ponderar sobre a real motivação do crime. Diz que vai aguardar a formalização da oitiva do depoimento para dar mais declarações, que acontecerão na Capital, na sede da Polícia Civil.

O CASO

O assassinato aconteceu por volta das 23h. Segundo os familiares, Settervall desceu de seu quarto para fumar. A partir daí as imagens mostram o acusado se aproximando. Após a conversa, ele saca a faca e a crava no peito do major, fugindo em seguida.

"Testemunhas contaram que ele estava descontrolado, alterado mesmo, andando sem rumo com a faca suja de sangue nas mãos", disse Barros.

De início, a polícia investigou diversas possibilidades, incluindo até a de latrocínio (morte em assalto).

Nascido em São Paulo (SP), Settervall é casado e pai de um menino de 5 anos. Tranferido para o Comando Militar do Oeste (CMO) no início dos anos 1990, é um dos fundadores do Colégio Militar de Campo Grande em 1997. Por mais de dez anos permaneceu na instituição de ensino, em que chegou a ocupar o posto de comandante na última década.

Considerado carismático, o major era admirado e respeitado pelos alunos e ficou marcado pelos bordões em sala de aula. Em um dos mais marcantes e repetidos nas homenagens prestadas nas redes sociais, desejava felicidade aos alunos. "Bom dia e sejam felizes senhores", brandava. Em outro, ensinada o que chamava de mandamento: "nunca, jamais, em tempo algum, dividirás por zero", gritava, arrancando gargalhadas da turma.

Aposentado da carreira militar, Settervall comemorava o anúncio do fim de sua carreira como professor para se dedicar à família. Por isso foi com a família e amigos a Bonito. Atualmente, ele era contratado do Colégio Bionatus, que emitiu nota sobre o assassinato de seu funcionário.

"Nós, nos solidarizamos com os familiares e amigos por este tão delicado momento. Ao mesmo tempo, colocamo-nos para prestar total apoio aos familiares, além de desejar alívio e conforto”, diz o texto.

O enterro do major aconteceu na noite desta segunda-feira, em um cemitério particular da Capital.Com informação do Portal Correio do Estado.

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