terça-feira, 18 de março de 2025

PP e União Brasil discutem federação nesta terça-feira

 

                                            Secretario da executiva geral Marcos Santullo  do PP  MS


Partidos se reúnem internamente para debater a união com filiados; no PP gaúcho, coligação é dada como certa


Aventada desde o ano passado, a federação entre o PP e União Brasil está em vias de ser concretizada, indicam lideranças partidárias. Nesta terça-feira, ambos os partidos se reúnem em Brasília para discutir o assunto. Por parte do PP, presidentes estaduais e deputados federais se encontram na sala do colégio de líderes na Câmara dos Deputados, às 18h, para uma consulta “informal” sobre a junção das siglas.


No União Brasil, o presidente, Antônio Rueda, convocou deputados federais, governadores e presidentes estaduais para uma reunião, mas não definiu horário. A tendência, contudo, é que ocorra ao longo tarde, antes das comemorações do aniversário do senador Efraim Filho, líder do partido no Senado.


Concretizada, a federação deve resultar em um bloco político com força incomparável dentro do Congresso com 122 parlamentares. Só na Câmara, são 109 deputados dos 513, sendo 59 do União Brasil e 50 do PP. O PL, que possui a maior bancada, tem 92. No Senado, a federação teria 13 senadores – seis do PP e sete do União.


Além disso, a coligação daria aos partidos um fundo eleitoral de quase R$ 1 bilhão e um tempo de propaganda de rádio e TV superior a dois minutos, cacifando a federação como uma força política de peso para as eleições de 2026.


As discussões do bloco incluíam ainda o Republicanos – o que elevaria ainda mais o poder político da federação. No entanto, as conversas não foram adiante. O presidente do partido, deputado federal Marcos Pereira, informou por meio de nota na rede social X (antigo Twitter) que “os deputados, de maneira quase que unânime, entenderam ser melhor o Republicanos seguir independente”. A sigla ganhou força este ano com a eleição de Hugo Motta (Republicanos-PB) para presidência da Câmara. Nos bastidores, a informação é de que brigas locais seriam a causa.



No Rio Grande do Sul, a federação traria “um novo olhar” para o PP, classificou o presidente estadual, deputado federal Covatti Filho. Entusiasta da causa, o deputado acredita que a união entre os dois partidos aumentaria a capacidade do Progressistas de “capitanear um projeto” e atrair outras siglas para disputa do próximo ano. Podendo, inclusive, isolar partidos como o PL, que disputam o mesmo eleitorado. O PP já iniciou as articulações para o pleito, na busca de emplacar candidatura própria, mas visa formar um “um bloco forte” de centro-direita.


A avaliação do União Brasil gaúcho, entretanto, é de cautela. O presidente do partido, deputado federal Luiz Carlos Busato, entende que a federação daria maior poder de negociação ao UB para pleitear uma vaga na majoritária – nas eleições do próximo ano, além do governo do Estado, duas cadeiras, incluindo a do senador do PP, Luis Carlos Heize, estarão em disputa. No entanto, ainda quer discutir com instâncias superiores as condições em que a negociação se dará.



Atualmente, o União Brasil gaúcho só tem Busato na Câmara, ante três deputados do PP – que conquistaram, inclusive, o dobro de votos feitos por ele. Por isso, a necessidade de ver como serão os acertos para a disputa ao Legislativo – objetivo central do União Brasil no Estado em 2026. Assim, a ideia é alinhar as condições antes do martelo ser oficialmente batido. Situação diferente do PP gaúcho, onde a união é dada como favas contadas.


Flávia Simões

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