A recuperação da Avenida Filinto Muller, na região do Lago do Amor, que custou R$ 3,8 milhões aos cofres públicos, durou apenas um ano e meio – exatos 539 dias – e desmoronou com a chuva desta terça-feira (18). Essa foi uma das primeiras obras da gestão de Adriane Lopes (PP), que dispensou licitação para contratar a empreiteira CCO Infraestrutura.
A prefeita chegou a celebrar a conclusão da obra e prometeu que o incidente não se repetiria. A construtora levou seis meses para concluir a obra que deveria durar 90 dias. A qualidade e a promessa não resistiram ao primeiro transbordamento do lago.
A ciclovia e a passarela que foram destruídas pela chuva no dia 4 de janeiro de 2023. Apesar de não realizar licitação para contratar a empreiteira, a prefeita só iniciou a recuperação no final de março. A revitalização foi concluída no dia 26 de setembro de 2023.
“Para evitar o transbordamento do Lago do Amor e novos desmoronamentos em períodos de chuvas fortes, foi feita barragem com mais de 7 mil metros cúbicos de aterro. A estrutura de contenção que caiu com a enxurrada era feita de trilhos e paredes de concreto, com altura de cinco metros. Além de colocar aterro nos 170 metros na margem da avenida no sentido centro/bairro, foi plantada grama para evitar que a chuva arraste a terra que protege a barreira de contenção”, dizia a assessoria da prefeitura, há um ano e meio.
“Outra obra importante executada pela Sisep (Secretaria Municipal de Serviços Públicos e Infraestrutura) é o vertedouro, que tem a função de controlar a vazão da água do Lago do Amor. O vertedouro que já existe, controla naturalmente o volume de água que desce para o córrego. A nova estrutura construída terá o controle manual da comporta, ou seja, quando o nível da água do Lago subir no período de chuva, será liberada quantidade maior de água”, dizia a prefeitura.
O primeiro indício de que os R$ 3,8 milhões não foram bem gastos surgiu 31 dias após a inauguração. No dia 29 de outubro de 2023, houve um desmoronamento, que obrigou nova intervenção da prefeitura.
Agora, um ano e meio depois, parte da avenida, da ciclovia e da passarela foram destruídas pelas águas. Literalmente, os R$ 3,8 milhões foram levados pela enxurrada desta terça-feira.
A Avenida Filinto Muller voltou a ser interditada pela Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito). Pelo andar da carruagem, sem eleições à vista, a questão é saber quanto tempo Adriane levará, desta vez, para recuperar a região do Lago do Amor?
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