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Exportadores têm prejuízo logístico com não embarque de café em novembro
De acordo com o levantamento do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) publicado na terça-feira (7), a logística portuária brasileira enfrentou sérias dificuldades em 2024, comprometendo a exportação de café. Até novembro, 1,615 milhão de sacas de 60 kg (4.895 contêineres) deixaram de ser embarcadas, prejudicando as remessas internacionais e acumulando perdas financeiras.
Os atrasos, alterações de escalas e rolagens de cargas em portos brasileiros resultaram em um "prejuízo portuário" de R$ 11,93 milhões apenas em novembro. Esses custos extras envolveram armazenagens adicionais, detentions, pré-stacking e antecipação de gates. Além disso, com o preço médio de exportação (FOB) fixado em US$ 290,66 por saca e a cotação média do dólar em R$ 5,8065 no mesmo mês, o Brasil deixou de gerar R$ 2,726 bilhões em receita cambial nos 11 primeiros meses do ano.
De acordo com o Boletim Detention Zero (DTZ), elaborado pela startup ElloX Digital, 66% dos navios (200 de 304 embarcações) tiveram atrasos ou mudanças de escalas, impactando diretamente a movimentação do café nos principais portos brasileiros. O maior tempo de espera foi registrado no Porto de Santos (SP), principal exportador do Hemisfério Sul, com um atraso de 68 dias em novembro. Além disso, 46 embarcações nem chegaram a abrir o gate no cais santista durante o período.
Apesar desses desafios, o Brasil alcançou um recorde histórico de exportação de café em 2024, com 46,4 milhões de sacas embarcadas até novembro, superando o recorde anterior de 44,7 milhões registrado em 2020. O crescimento foi de 24,6% em Santos e 53,2% no complexo portuário do Rio de Janeiro.
O Porto de Santos, que responde por 67,6% das exportações de café no acumulado de 2024, registrou atrasos em 78% das embarcações, envolvendo 125 dos 160 navios destinados ao transporte do grão em novembro. Apenas 9% dos embarques tiveram mais de quatro dias de gate aberto, enquanto 44% contaram com menos de dois dias.
Já o complexo portuário do Rio de Janeiro, segundo maior exportador de café do Brasil, com 28,2% de participação no acumulado do ano, apresentou um índice de atrasos de 61%. Nesse terminal, 38 dos 62 navios destinados ao transporte de café enfrentaram alterações de escalas, com um maior intervalo de espera registrado em 53 dias, conforme dados divulgados pela Cecafé.
Agrolink - Seane Lennon
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