domingo, 19 de abril de 2015

Indice de pessoas acima de peso cresce 23%


O índice de pessoas com excesso de peso na população brasileira adulta cresceu 23% nos últimos nove anos, passando de 43%, em 2006, para 52,5% no ano passado, segundo pesquisa do Ministério da Saúde, Vigitel 2014, divulgada na quarta-feira (15). Foram ouvidas 40 mil pessoas. O estudo concluiu também que o percentual da população dentro deste grupo que apresenta quadro de obesidade se manteve estável no patamar anterior, de 17,9%. O levantamento mostra que, na comparação com dados de 2009, a prática de exercícios físicos cresceu 18%, passando de 29,9% para 35,3% o índice de praticantes.

Na classificação de obesidade, o índice de massa corporal (IMC) do indivíduo é maior ou igual a 30; e, no excesso de peso, que engloba também os obesos, o IMC é maior ou igual a 25. O IMC é a divisão do peso (em kg) pela altura (em metro) ao quadrado.

“A obesidade aparece na pesquisa como estável, mas em um nível muito elevado. A situação é alarmante”, afirmou a médica nutróloga e professora da Universidade Federal de Uberlândia (UFU) Dáurea de Souza.

Ainda segundo ela, o aumento de atividade física mostrado no estudo, associado à elevação do excesso de peso, indica que pode haver problema na alimentação do brasileiro. “Se a prática de atividade física aumentou e, portanto, também o consumo de energia, mas o peso da população continuou subindo, os hábitos alimentares devem estar muito incorretos”, disse.

Para o endocrinologista Joel Heitor Filho, os dados da pesquisa são “controversos”. “Eu, pessoalmente, não acredito que a obesidade esteja estagnada. Não condiz com o estilo de vida que a população está levando”, afirmou. Alimentação inadequada, com excesso de calorias, sedentarismo e predisposição genética são os principais fatores, segundo ele, que determinam a doença bastante presente nos consultórios. “Percebo muita incidência de diabetes tipo 2, bastante em consequência da obesidade e do sobrepeso, e hipertensão também”, disse Heitor Filho.
Suzana Alves perde 18 kg em 6 meses

Peso excessivo está relacionado às doenças crônicas, como cardíacas, diabetes e hipertensão, responsáveis por 72% das mortes no Brasil, segundo o Ministério da Saúde. Mesmo com a saúde aparentemente em ordem, há um ano e meio, a manicure Suzana Alves decidiu emagrecer. Com 1,64 m de altura, ela pesava quase 100 kg.

“Eu olhava no espelho e achava normal, até que minha filha me fotografou enquanto eu me trocava e me mostrou. Levei um choque”, disse. No mesmo dia, ela iniciou um programa de caminhadas e reeducação alimentar. Suzana Alves reduziu as porções de comida; passou a comer de três em três horas; abandonou o refrigerante, mas não abriu mão de alguns prazeres, como o chocolate. “Eu já sabia tudo o que era certo. Todo gordo sabe”, afirmou.

À medida que o resultado foi aparecendo, ela foi sendo cumprimentada e incentivada pelas freguesas, amigos e parentes. Em seis meses, estava com 18 kg a menos. “Minha vida mudou. Eu não tinha disposição para sair, me arrumar, nada ficava bom. Agora, ganhei autoestima”, disse.

Jovens são os que mais se exercitam

O sedentarismo está relacionado ao aparecimento de doenças crônicas, como câncer, hipertensão, diabetes e obesidade. O número de praticantes de exercícios físicos e que se alimentam, incluindo, frutas e hortaliças e menos gordura está maior, apontou a pesquisa Vigitel 2014, do Ministério da Saúde, realizada no ano passado.

Segundo o levantamento, os jovens são os que mais se exercitam, com índice de 50% do total da população adulta, com destaque para a participação masculina, de 41,6%, ante a de 30% da população feminina.

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