terça-feira, 31 de março de 2009

Rota Cine MS leva o filme “Mulheres do Brasil” ao interior

A Fundação de Cultura de Mato Grosso do Sul (FCMS) leva a edição 2009 do projeto Rota Cine MS para o interior do Estado. A iniciativa, que visa democratizar o acesso às produções cinematográficas por meio de exibições públicas e gratuitas em cidades que não têm salas de cinema, chega amanhã (1º) em Sidrolândia. O filme “Mulheres do Brasil” vai ser exibido, às 19h, na Câmara Municipal que fica na Av. Antero Lemes Silva, 1664.



“Levar o cinema às comunidades do interior, que não têm o acesso ao cinema, é uma das nossas metas, principalmente exibir filmes brasileiros para que as pessoas se vejam na tela. Em 2008, o resultado do Rota Cine MS superou nossas expectativas em público e em entusiasmo, dando uma clara demonstração de que o povo quer ver arte”, comemorou o diretor-presidente da FCMS, Américo Calheiros.



“Mulheres do Brasil” conta a história de cinco mulheres que amam, trabalham e sonham em cinco cidades brasileiras. Esmeralda deixa a pequena Bom Jesus da Lapa e vai fazer a vida na cidade grande. A estudante Ana quer conhecer o mundo e encontrar-se. A porta-bandeira carioca, Telma, se empenha para conquistar nota dez e ajudar sua escola a sagrar-se campeã do carnaval. A curitibana Martileide, cansada de servir cafezinhos, sonha com príncipe encantado de voz aveludada. A paulistana Laura, descasada, quer reinserir-se no mercado de trabalho e encontrar um novo amor.



Cinco histórias de vida, amor, sonhos e trabalho



Esmeralda, Telma, Ana, Martileide e Laura são mulheres comuns, que vivem em diversas cidades brasileiras. Elas protagonizam as cinco histórias que compõem o longa de estréia da cineasta Malu De Martino: Mulheres do Brasil. O nome de cada uma delas identifica o episódio que protagoniza.

Esmeralda, ambientado na Bahia (em Bom Jesus da Lapa), tem Camila Pitanga como a protagonista. O argumento, criação da dramaturga baiana Aninha Franco, acompanha a trajetória de uma menina do interior. Ela convive com a fé cristã, a crendice de seu povo e educação familiar rigorosa e requintada. Desde cedo, porém, Esmeralda apresenta fortes traços de personalidade e a dubiedade de um anjo-demônio. Ao transformar-se em mulher, não hesita em desviar-se de sua tão bem planejada trajetória e seguir caminho pontuado por riscos, dissimulação, cobiça e traição.

Ana, ambientado em Maceió, capital de Alagoas, traz a jovem atriz Luana Carvalho como protagonista. O argumento é uma criação das escritoras Lúcia Guiomar Teixeira e Babe Lavenère. Elas apresentam uma estudante universitária em tempo de descoberta. Uma jovem que, ao conhecer – na praia do Pontal da Barra -- casal formado por uma rendeira (Dira Paes) e um pescador (Lucci Ferreira), revê seus valores de vida e busca, com coragem e sensibilidade, as frestas que se abrem num mundo de portas cerradas e desejos engolidos. O momento é de mudança e Ana quer entender qual a melhor forma para entregar-se à vertigem de todas as emoções.

Telma (ambientado em favela e no sambódromo, no Rio de Janeiro) é Roberta Rodrigues, moça apaixonada por carnaval. A atriz dá vida a argumento da cineasta Malu De Martino, baseado em caso real. Telma trabalha num supermercado e prepara-se, com afinco, para brilhar na avenida, como porta-bandeira de sua escola. Seu embate com as agruras do cotidiano e do destino para manter a tradição familiar e conquistar, como a avó e a mãe, o prêmio máximo do carnaval carioca lhe exigirá imensos sacrifícios.

Martileide (ambientado em Curitiba, capital paranaense), interpretada por Carla Daniel, protagoniza recriação de um conto de fadas, com cara do novo milênio, escrito pela gaúcha Maria Helena Weber. A protagonista é uma garçonete. Inconformada com a vida sem conforto que leva num bairro pobre de Curitiba, ela redescobre o sabor da esperança através de uma voz. Um locutor de rádio entra em sua vida, reservando-lhe momentos de emoções e sensações insólitas.

Laura (episódio ambientado na capital paulista) é representada pela atriz Bete Coelho. O argumento é uma criação da contista Ledusha Spinardi. No centro da narrativa está uma mulher que, aos 45 anos, se depara com o desafio de lançar-se no competitivo mercado de trabalho paulistano, após o fim de casamento dedicado integralmente ao marido e ao filho.

Estas cinco histórias ficcionais recebem interferências documentais, que pontuarão tematicamente cada uma das tramas. O espectador poderá realizar conexões entre a sutileza das narrativas ficcionais com os personagens reais, em fluxos de consciência, refletindo sobre a vida que têm e a vida que gostariam de ter.

Mulheres do Brasil flagra semelhanças, mas também sutis diferenças no modo como essas mulheres -- de regiões, classes sociais e culturas diferentes -- lidam com assuntos básicos e universais do cotidiano feminino.

Mais informações no núcleo de audiovisual da FCMS no telefone 3316-9166.

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