terça-feira, 19 de agosto de 2008

Livro Peixes do Pantanal é apresentado hoje na Bienal em SP

Mudanças climáticas, bioma Cerrado e a rica diversidade de peixes do Pantanal são os temas principais dos lançamentos promovidos pela Embrapa Informação Tecnológica, durante a 20ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo, que começou quinta-feira (14), na Capital paulista. As publicações, resultado de trabalhos científicos coordenados por pesquisadores da Embrapa, estão entre os cerca de 500 títulos que a unidade vai levar para o evento.

O primeiro livro, lançado no dia 15, "Mudanças Climáticas – impactos sobre doenças de plantas no Brasil", aborda de forma contextualizada um dos assuntos mais atuais da pauta científica de especialistas de todo o mundo. Por ser a responsável por grande parte das perdas na agricultura, as doenças de plantas correm o risco de ter alterada a sua incidência em função das alterações de temperatura, daí a necessidade e a importância de estudos de avaliação das conseqüências dos novos perfis ambientais. Doenças menos importantes -, até então consideradas de simples solução -, podem resultar em impactos negativos nas lavouras, comprometendo tanto os cultivos familiares quanto os empresariais.

As análises que constam da publicação foram desenvolvidas com base em mapas e tabelas de análise, desenvolvidas a partir de dados de instituições como o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), da Organização das Nações Unidas (ONU), e do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

Esteve presente no lançamento a pesquisadora do Laboratório de Microbiologia Ambiental da Embrapa Meio Ambiente e professora do curso de pós-graduação da Universidade Estadual Paulista (Unesp - Botucatu), Raquel Ghini.

Conhecer para conservar

Na noite de segunda-feira (18), o biólogo, Ph.D em Ecologia, José Felipe Ribeiro, participou do lançamento do livro "Cerrado: Ecologia e Flora, Volume I." Resultado de estudos de 48 especialistas da Embrapa e instituições parceiras, ao longo de mais de três anos, a obra reúne informações fundamentais à adoção de estratégias de preservação e uso dos recursos naturais do bioma, principal alvo da degradação e da exploração indiscriminada nas três últimas décadas e cuja proteção até hoje não foi incorporada ao texto constitucional, ao contrário do que ocorre com os demais biomas brasileiros.

"Peixes do Pantanal: Manual de Identificação (2ª edição)" é a terceira publicação a ser apresentada durante a Bienal Internacional do Livro, no dia 19 (terça-feira). A obra -, síntese de ciência, biodiversidade e arte -, revela o potencial dos recursos pesqueiros regionais e indica as possibilidades de se conciliar economia, geração de emprego e renda e meio ambiente.

São 269 espécies nativas descritas e representadas por meio de fotos e 150 ilustrações (40 em aquarela e 110 em nanquim e bico-de-pena) do artista plástico Álvaro Evandro Nunes. O objetivo foi garantir a fidelidade e o maior nível de detalhamento possível de cada peixe, respeitando suas características físicas, não só os formatos de escamas mas a sutileza das variações de cores.

Dos principais autores, participam do bate-papo com o visitante e da sessão de autógrafos o biólogo Heraldo Britski, pesquisador do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, o artista plástico Álvaro Nunes e o orientador iconográfico da obra, Agostinho Catella, pesquisador da Embrapa Pantanal (Corumbá-MS).

Álvaro Nunes recebeu cinco vezes o Troféu Olho-de-Boi, da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, e foi premiado na categoria de Melhor Selo Múltiplo do Mundo, na Conferência Governamental de Impressores de Selos Postais, em 2002, em Seul, Coréia, além dos trabalhos expostos em museus estrangeiros, como o de Denver (Colorado, Estados Unidos).

A importância da publicação deve-se ao fato de o Pantanal ser a maior planície alagável do mundo, além de reconhecido como Patrimônio Nacional, pela Constituição de 1988, e Patrimônio Mundial Natural pela ONU, sem contar o seu significado para as populações ribeirinhas da região, que construíram em torno dele a sua cultura e transformaram seus recursos em fonte de subsistência.

Em português e tupi-guarani

Também entre os cerca de 500 títulos que o visitante vai encontrar no estande da Embrapa Informação Tecnológica, as publicações infanto-juvenis têm lugar garantido. Clara, a pequena guardiã da natureza e Yvyra Poty, a protetora das águas estão entre os destaques da programação destinada às crianças, nos dias 20 e 21, com a apresentação das peças teatrais adaptadas pela companhia Néia&Nando, no Auditório A (às 15 horas, do dia 20, e às 15 horas, do dia 21) e na Arena do Espaço "Ler é a minha praia" (às 17 horas, do dia 20, e às 17 horas do dia 21).

As duas publicações -, produzidas pelos pesquisadores Luiz Carlos Hernani e Karina Neoob, da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS) -, foram editadas em português e em tupi-guarani, e podem ser adotadas como complemento educativo em escolas de comunidades indígenas. Participa dos eventos o autor Luiz Carlos Hernani.

Outras atividades estão programadas para a meninada, além das peças teatrais. Nos dias 19, 20 e 21, haverá as oficinas "Brinque com Ciência", desenvolvidas a partir da publicação da cartilha de mesmo nome, que contém figuras para colorir, jogos, palavras-cruzadas e várias outras brincadeiras voltadas ao estímulo da curiosidade e do interesse pelo tema. As oficinas serão na Arena do Espaço "Ler é a minha praia" (dia 19, às 19 horas; dia 20, às 18 horas; e 21, às 10 e às 18 horas) e no Auditório A (dia 20, às 16 horas; 21, às 16 horas).

Para atender pesquisadores, especialistas, estudantes, produtores rurais e donas-de-casa, foram selecionadas opções sobre temas variados, que vão desde pesquisa agropecuária, agricultura, agroenergia, agroindústria, biotecnologia, floresta e silvicultura, geoprocessamento, informação e comunicação, produção animal e transferência de tecnologia até as coleções e séries especiais para a agricultura familiar, com receitas, dicas e orientação de cultivo.



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