domingo, 3 de setembro de 2017

Homem que matou família incendiada é condenado a 135 anos de prisão

                                         Edson Silva foi preso em junho de 2014 no município de Naviraí - Foto: Maciel Arruda/Divulgação
Julgamento aconteceu na sexta-feira (1º) e durou 14 horas



Edson Silva, 33 anos, que no dia 2 maio de 2014 matou seis pessoas da família dele - entre elas a esposa e a filha de apenas 10 meses - foi condenado a 135 anos de prisão em regime fechado. O julgamento foi na sexta-feira (1°) e durou 14 horas.

O crime ocorreu em Coronel Sapucaia a 396 quilômetros de Campo Grande e chocou a cidade, que tem aproximadamente 14 mil habitantes. O criminoso, que também roubou R$ 50 mil da sogra - morta por ele -, só foi preso no dia 10 de junho de 2014, em Naviraí.

Silva provocou incêndio na conveniência em que morava e matou seis pessoas da família dele, entre elas três crianças. Antes de atear fogo no estabelecimento, Edson usou um pedaço de madeira para golpear as vítimas na cabeça.

O fogo destruiu o estabelecimento e matou a proprietária, Rosângela dos Santos, 53 anos, e os dois filhos dela, Alessandro dos Santos, 18 anos, e Vanusa dos Santos, 27 anos, que era esposa de Edson. Também morreram os filhos de Vanusa: Tiago, 10 anos; Sabrina, 5 anos; e Estephanie, 10 meses, que era filha dele.

Edson confessou que cometeu o crime depois de brigar com a esposa por causa de ciúmes.

No julgamento foi esclarecido que no dia do crime, por volta das 2 horas, Silva e Vanusa iniciaram uma discussão, por ela ter o traído enquanto ele estava preso na cidade de Ponta Porã.

Conforme consta nos autos, Vanusa confessou a traição, com uma pessoa conhecida como “Correio”, posteriormente identificado como Lídio Miranda Ferreira dos Santos, que seria o verdadeiro pai biológico da bebê de 10 meses.

A relação do casal era muito conturbada e Vanusa tinha, até pouco antes de sua morte, registrado cerca de seis ocorrências policiais contra o companheiro.

Silva decidiu se vingar da esposa, e quando ela dormiu ele, armado com um pedaço de viga de madeira, golpeou a esposa na cabeça.

Ao perceber o barulho, a mãe da Vanusa, Rosângela, teria saído do quarto para ver o que estava ocorrendo, quando também acabou agredida com uma paulada na cabeça. O mesmo aconteceu com o cunhado, Alessandro, que foi atingido no braço e no pescoço. Os três desmaiaram.

Depois disso, ele arrastou a sogra e o cunhado para um dos quartos, foi até o cômodo onde estavam as crianças e golpeou primeiro o menino de 10 anos e depois as duas meninas. Ele então colocou a mulher e as crianças no banheiro e ficou perambulando pela casa, quando ouviu a criança mais velha dizer “tio não me mate”. Ele voltou no banheiro e deu mais uma paulada na cabeça das duas crianças mais velhas.

Edson então foi até o quintal tirou a gasolina da moto dele e despejou nos cômodos e nas paredes onde estavam os corpos.

“Ele saiu na rua para ver se tinha alguém e encontrou uma vizinha foi quando, para criar um álibi, disse que estava indo trabalhar”, disse na época do crime o perito criminal Amilcar da Serra e Silva Netto. Depois de despistar a mulher, Edson voltou para a casa e usando um isqueiro ateou fogo por volta das 7h.

Ele deixou a casa toda fechada e foi trabalhar. “As vítimas estavam vivas e não fugiram porque estavam desmaiadas. Elas morreram asfixiadas por monóxido de Carbono”, explica Amilcar. Ainda conforme o perito, o fogo demorou por cerca de 1h até se alastrar e chamar atenção da vizinhança.

Em depoimento à Polícia, logo após o incêndio, Edson levantou suspeita contra o cunhado Alessandro. Ele contou que na hora do incêndio, uma colega de do cunhado estava vendo o fogo e ligou no celular do rapaz.


Segundo o que revelou Edson, Alsessandro atendeu ao telefone, mas não falou nada e muito menos pediu socorro. Ele ainda relatou que o jovem não se dava bem com a família e já havia tentado suicídio.

Porém com o passar do tempo, as investigações foram avançando e as suspeitas recaíram sobre Edson. “Ele não demonstrava nenhuma preocupação com o caso e a confirmação veio depois que um dos laudos apontou de que o incêndio era criminoso e não acidental”, afirmou o perito quando o crime foi desvendado.

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