FolhaPress
Após sete décadas de proibição, o livro "Minha Luta" ("Mein Kampf"), manifesto nazista de Adolf Hitler que ganhou neste ano uma edição crítica na Alemanha, está no topo da lista dos livros mais vendidos de não-ficção do país.
O ranking foi divulgado neste sábado (16) pela revista alemã "Der Spiegel".
A nova versão da obra - um calhamaço de 1.948 páginas, editado por uma equipe de pesquisadores liderada por Christian Hartmann - teve sua tiragem inicial de 4.000 exemplares ao preço de 59 euros (R$ 235) esgotada em uma semana.
Desde 8 de janeiro, quando o livro chegou à livrarias do país, mais de 50 mil cópias foram vendidas.
A obra em que o ditador nazista discorre sobre suas ideias antissemitas e racialistas vendeu 21 milhões de exemplares na Alemanha entre 1925, quando saiu, e 1945, quando Hitler se matou ao ver que as tropas soviéticas avançavam sobre Berlim.
Com a morte do Führer e o fim de sua editora, os direitos da obra passaram a pertencer ao Estado da Baviera - que desde então impedia sua publicação.
Mas, como rezam os tratados internacionais de direitos autorais, em 2016, nos 70 anos da morte de Hitler, "Minha Luta" caiu em domínio público.
No Brasil, duas editoras, a Centauro e a Geração Editorial, planejavam lançar novas edições do livro. Mas em 29 de janeiro, provocado por uma notícia-crime de um grupo de advogados, o MPE (Ministério Público Estadual do Rio de Janeiro) abriu uma ação cautelar pedindo a proibição do título.
Em fevereiro, a Justiça do Rio decidiu não só proibir a comercialização de "Minha Luta", mas também sua exposição e divulgação - sob multa de R$ 5.000 para quem desrespeitar a determinação.
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