BBC Brasil
Às vésperas de lançar sua carreira musical, o filho de Paul McCartney, James, disse, em entrevista à BBC, que aceitaria formar uma banda com filhos de outros Beatles.
O compositor de 34 anos de idade faz um show nesta terça-feira no tradicional Cavern Club de Liverpool, onde os Beatles saltaram para a fama, e outro em Dublin antes de embarcar para uma turnê americana.
James já tocou em dois álbuns de Paul, que produziu os dois EPs do filho, em parte gravados nos estúdios de Abbey Road.
Reuters/Wikimedia Commons/Associated Press
James McCartney, Sean Lennon e Dhani Harrison, filhos de ex-Beatles, podem formar uma banda
Leia abaixo a entrevista ao repórter Ian Youngs:
BBC Brasil: O que você acharia de formar The Beatles - A Próxima Geração, com Sean Lennon, Dhani Harrison e Zak Starkey (filho de Ringo Starr)?
James McCartney: Não acho que seja algo que Zak gostaria de fazer. Talvez o Jason (outro filho de Ringo, também baterista) topasse. Eu estaria disposto. O Sean parece topar, o Dhani também. Eu ficaria feliz de tentar.
BBC Brasil : Vocês já discutiram a ideia?
JC: Sim, um pouco.
BBC Brasil: Você acha que isso pode acontecer?
JC: Sim, claro, espero. Mas não tenho certeza, teremos que esperar e ver. A vontade de Deus, o apoio da natureza, suponho eu. Portanto, sim, talvez.
BBC Brasil: Você tinha vontade de tocar no Cavern, no mesmo lugar onde tudo começou para seu pai?
JC: Sim, acho que sim. Simplesmente abraçar a herança dos Beatles em vez de fugir dela.
BBC Brasil: Quando você começou a tocar, usava o nome de Light (luz em inglês). Era uma tentativa de esconder sua identidade?
JC: Na verdade, não. Eu era simplesmente mais inclinado a ter um nome de banda que fosse rock n roll e espiritual. "E agora, Light!". Era isso que eu tinha em mente, caso algum dia chegasse a tocar no estádio de Wembley.
Acho que a luz é um tema recorrente nas religiões na espiritualidade. Os hindus cultuam a luz, que é algo visto como divino e espiritual.
BBC Brasil: Você sempre quis ser músico?
JC: Sim, quando cheguei a uma certa idade, percebi que era um pouco melhor que os outros garotos na escola com a guitarra e passei a me orgulhar e gostar disso.
Na época eu sonhava em ser melhor que os Beatles. Não sei se conseguiria. Gostaria de chegar ao mesmo nível, mas mesmo isso é bem difícil.
P: Como você se sente quando as pessoas o comparam ao seu pai?
JM: Acho que é ótimo, uma honra. Não acho que eu seja tão bom como os Beatles ou meu pai, mas eles são, indiscutivelmente, influências.
P: Ajuda ou atrapalha ter o sobrenome McCartney?
JM: É uma ajuda. Pode ser difícil às vezes encarar sozinho, mas acima de tudo, ajuda.
BBC Brasil: Como é trabalhar com seu pai, além de ter um relacionamento familiar?
JM: É incrível. Algumas vezes no passado, há alguns anos, podia ser difícil, tenso, como qualquer família. No entanto, mais do que isso, é lindo.
Ele é um gênio, está além de ser gênio e é uma grande inspiração. Muito intelectual e obviamente maravilhoso no que faz, portanto é muito divertido. Ele me ajuda a me sintonizar comigo mesmo e ser a melhor pessoa que posso ser.
BBC Brasil: Qual foi o papel dele como co-produtor?
JM: Apenas me dirigir e ter algumas idéias sobre quais instrumentos deveríamos colocar ou me encorajar a cantar um pouco melhor, ou gravar novamente algo. Também com os arranjos e a estrutura das canções e a mixagem. O processo todo.
BBC Brasil: Seu pai tentou dissuadi-lo da carreira musical?
JM: Não, de forma alguma. Ele incentiva bastante.
BBC Brasil: Quando você estava crescendo, e que momento percebeu que seu pai era famoso?
JM: Sempre percebi isso, quando havia fãs por perto que pediam autógrafos e, às vezes, eles pediam até o meu. Eu negava porque meus pais nos estimulavam a tentar viver uma vida mais privada.
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