Quem comparecer ao terceiro dia do Festival América do Sul, 30 de maio, na cidade de Corumbá, vai poder prestigiar duas apresentações teatrais: Mão na luva, do grupo Tapa e A cabeleireira, do grupo de Pesquisa e Experimento (Hendÿ). As peças serão apresentadas nos espaços cênicos montados em dois prédios históricos de Corumbá: Casa Vasquez e Instituto Luis de Albuquerque (ILA).
A programação teatral começa a partir das 18 horas, com a peça Mão na luva, na Casa Vasquez. A peça, de Oduvaldo Vianna Filho (1936-1974), conhecido como Vianinha enfoca a noite de separação de um casal, chamados pelo autor de Ele e Ela depois de nove anos de casamento. Unidos por força da atração mútua e pela cumplicidade de ideais compartilhados, o casal discute a separação em uma seqüência de movimentos de aproximação e distanciamento ritmados pela pulsação emocional das duas personagens em cenas entrecortadas por flashes. Em Mão na luva, o autor trata de amor, confiança e relações, discutindo princípios, coerência ideológica, oportunismo e infidelidade.
O elenco é formado por Isabella Lemos e Marcelo Pacífico, atores do núcleo de estudos do grupo Tapa que trabalharam mais de um ano no desenvolvimento do projeto da peça. Escrito em 1966, o texto nunca foi apresentado ao público pelo autor Vianinha. Ele foi arquivado e só descoberto 18 anos depois numa compilação de seus trabalhos. A primeira de pouquíssimas encenações deste texto foi feita em 1984, pelos atores Marco Nanini e Juliana Carneiro da Cunha, com direção de Aderbal Freira Filho.
A releitura do texto de Vianinha traz a tona um autor que foi muito valorizado nos anos 60. Há muito material deste importante dramaturgo a ser ainda resgatado e relido. Assim como fez o próprio grupo Tapa nas montagens de Corpo a Corpo, em 1995 e Moço em estado de sítio, no ano de 1997. A peça Mão na luva estreou em janeiro do ano passado como o primeiro projeto do núcleo de estudos do grupo Tapa e comemora um ano em cartaz abrindo o novo projeto do grupo em 2010 que é o Panorama do teatro brasileiro, 2ª geração. A duração do espetáculo é de 75 minutos e é recomendado para maiores de 14 anos.
A Cabeleireira
Depois de prestigiar a apresentação da “Mão na luva”, o público do festival tem encontro marcado às 19 horas no Instituto Luis de Albuquerque (ILA) para assistir a peça “A Cabeleireira”, montada pelo Grupo de Pesquisa e Experimento em Teatro (Hendÿ).
O espetáculo é um conto em primeira pessoa, a personagem-narradora se põe a falar de uma cliente imaginária que não lhe responde. Em sua conversa confidencia fatos relevantes de sua vida, sempre pautados pela resignação - sentimento que lhe faz aceitar abusos sexuais do tio quando criança e a violência do marido vaidoso. Entretanto, um dia, por motivo banal, a personagem deixa de suportar todos esses abusos surpreendendo a si mesma. “A Cabeleireira” é uma transposição cênica do conto de Inês Pedrosa.
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