Foto: Nadia Borges
A infiltração também é afetada
A compactação do solo tem se tornado um problema silencioso, mas de grande impacto na rotina produtiva das lavouras. Segundo informações de Alessandro Morais, Diretor Comercial Nacional Soucy, o processo ocorre quando a estrutura natural do solo se torna mais densa, com redução de poros e menor capacidade de infiltração de água e circulação de ar.
Esse adensamento cria barreiras físicas ao desenvolvimento radicular. As raízes deixam de alcançar camadas mais profundas, perdem acesso a água e nutrientes e resultam em plantas menos resistentes ao estresse hídrico e com menor potencial produtivo.
A infiltração também é afetada. O solo compactado aumenta o escoamento superficial, favorece a erosão e reduz o aproveitamento da chuva. Em muitos casos, a superfície fica encharcada enquanto as camadas internas permanecem secas, criando um ambiente desfavorável ao crescimento das culturas. Outro efeito está na oxigenação. A redução dos poros diminui a circulação de ar e compromete a respiração das raízes, além de reduzir a atividade de microrganismos benéficos e intensificar processos anaeróbicos, que favorecem o aparecimento de doenças.
A eficiência da adubação cai de forma significativa porque as plantas exploram menor volume de solo e os nutrientes têm dificuldade de se mover. Isso aumenta o risco de perdas por lixiviação ou escorrimento. As consequências na produtividade podem alcançar até 30 por cento, com danos maiores em culturas mais sensíveis.
A compactação também eleva os custos operacionais. A maior densidade do solo exige mais potência das máquinas, amplia o consumo de combustível e acelera o desgaste dos equipamentos. A biologia do solo é prejudicada pela redução da atividade de organismos essenciais para a fertilidade natural.
Entre as causas mais comuns estão o tráfego intenso de máquinas, especialmente quando se utiliza pneus inadequados ou com pressão elevada, o manejo em condições úmidas, a baixa matéria orgânica e a ausência de plantas de raízes mais agressivas. Para prevenir ou corrigir o problema, Morais aponta soluções como esteiras de borracha, manejo de tráfego controlado, rotação de culturas, aumento da matéria orgânica, cobertura vegetal e descompactação mecânica planejada.

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