terça-feira, 25 de abril de 2023

Cresce expectativa da CPMI de 8 de janeiro com apoio parlamentares de MS

 

                                           Senadora Tereza Cristina (PP-MS) defende a CPMI (Foto: Divulgação )



Enquanto há narrativas distintas da base governista negando a participação de agentes do Palácio do Planalto na depredação dos prédios dos Poderes em 8 de janeiro, cresce a expectativa da oposição sobre a efetivação da CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) no Congresso Nacional para investigar o caso extremo que dominou por muito tempo o noticiário da mídia internacional. 


Sob pressão, presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), deve ler o requerimento que pede as investigações na próxima quarta-feira (26). 


O movimento pró CPMI ganhou força quando o ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general da reserva Gonçalves Dias, pediu exoneração depois de a CNN divulgar imagens que mostram que ele estava no Palácio do Planalto no dia da invasão. 


O vídeo registra o general circulando no andar do gabinete presidencial e indicando a saída do prédio aos invasores, muitos dos quais militantes do PT do presidente Lula infiltrados no manifesto, cuja maioria de bolsonaristas ficou do lado de fora dos prédios públicos na hora da depredação, como atestam vários vídeos postados nas redes sociais em 8 de janeiro. 


Diante disso, a base do governo Lula, líder petista que tentou esvaziar a comissão pedindo a retirada de assinatura de vários senadores e deputados em troca de cargos, agora "defende" as investigações. 


A CPMI conta com o apoio de bolsonaristas sul-mato-grossenses, como os senadores Tereza Cristina (PP) e Nelsinho Trad (PSD) e dos deputados federais Rodolfo Nogueira, Marcos Pollon, ambos do PL, e Luiz Ovando (PP).   


"Começam a ser desvendados cenas e fatos ocultos do 8 de Janeiro. Suficientes para derrubar um ministro militar, da cota pessoal de Lula. É urgente a instalação da CPMI. Vamos investigar tudo!", comentou Tereza Cristina em suas redes sociais. 


Apesar da nítida participação do governo na invasão dos prédios públicos ainda há resistências na base de Lula. O deputado federal Vander Loubet (PT-MS) alega que 'as investigações sobre os atos golpistas do 8 de janeiro estão sendo realizadas pelas as autoridades competentes, por isso o entendimento da bancada do PT é que seria mais produtivo o Congresso continuar a se dedicar às pautas e projetos que precisa aprovar para ajudar o Brasil a retomar o caminho do crescimento'.


Em suas redes sociais, Loubet disse que se não tiver jeito de evitar as investigações, seu grupo político apoiará o colegiado. 


"Agora, se houver a instalação da CPMI, o PT vai indicar os nomes e vai participar. Da nossa parte não tem nenhum receio de investigar a tentativa de golpe do dia 8 de janeiro, até porque já está comprovado que as invasões e depredações do Congresso Nacional, do STF e do Palácio do Planalto foram organizadas e executadas por grupos bolsonaristas. E tenho certeza que o resultado final da CPMI vai reforçar essa comprovação", postou em seu perfil no facebook.


PAUTA 


O Congresso se reúne ao meio-dia da quarta-feira, para analisar uma pauta extensa com 26 vetos e projetos de lei que abrem espaço para o reajuste de servidores e o pagamento do Bolsa Família e do piso da enfermagem. Além desses itens, há expectativa sobre a leitura do requerimento que pede a instalação da CPI mista para investigar as invasões, conforme a Agência Senado.


A leitura do pedido da CPMI estava marcada para a última terça-feira (18), mas a sessão do Congresso acabou sendo adiada, o que gerou protestos de oposicionistas e até tentativa de obstrução de votações. 


De acordo com o presidente Rodrigo Pacheco, o pedido da comissão parlamentar mista de inquérito será lido durante a sessão da próxima quarta-feira.


"No dia 26 vai acontecer aquilo que deveria ter acontecido no dia 18, que é a leitura da CPMI. Eu nunca me furtei a isso em qualquer circunstância, seria esse mesmo o encaminhamento, da leitura da CPMI, considerando que ela preenche os requisitos", disse Pacheco, ao defender que todos os que tenham direta ou indiretamente contribuído para a prática de atos lesivos à democracia devam responder por esses atos, sejam cidadãos comuns ou autoridades públicas.


Willams Araujo

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