Presidente da ALEMS,Gerson Claro
O presidente da Assembleia Legislativa ,deputado Gerson Claro, definiu como "estratégica para consolidar o processo de industrialização de Mato Grosso Sul", a reativação da Malha Oeste que voltaria a ser um modal de transporte relevante para o escoamento da produção agrícola , mineral e da celulose produzida no Estado . "A ferrovia ,que liga Corumbá a Mairinque ,em São Paulo , já tem o traçado definido , com obras de artes (pontes e viadutos), contornos ferroviários prontos (Campo Grande e Três Lagoas), o que mostra a viabikidade da sua reativação num espaço de tempo mais curto ", destacou o deputado. Ele lembra que a construção de uma nova ferrovia é um projeto complexo e mais demorado , porque envolve desapropriações, licenciamento ambiental.
Gerson participou nesta quarta-feira da abertura da primeira audiência pública promovida pela ANTT (Agência Nacional de Transporte Terrestre) para colher subsídios e apresentar detalhes do edital de licitação para escolha da nova concessionária que vai operar o transporte de cargas . A expectativa dos técnicos da ANTT é que o novo contrato de concessão seja assinado no segundo semestre e as obras de revitalizacão da malha ( troca de trilhos , com adoção da bitola larga) sejam iniciadas em 18 meses. Esta primeira audiência foi realizada no auditório do Grand Park Hotel. Uma segunda audiência pública está programada para o dia 3 de maio em Brasília, na sede da ANTT.
A Malha Oeste está praticamente desativada, com exceção de dois trechos. Em Três Lagoas, pela ferrovia sai a celulose exportada pelo Porto de Santos. O minério de ferro de Corumbá anda poucos quilômetros sobre trilhos até chegar à Bolívia.
Parcialmente desativada desde 2015, a linha férrea será relicitada após a concessão ser devolvida pela Rumo ALL há três anos..Os estudos de viabilidade econômica mostram que o trecho a ser licitado, 1.623 km, tem potencial de transportar 40 milhões de toneladas, principalmente de minérios e celulose. Para atingir este potencial, a futura concessionária deverá investir R$ 18,1 bilhões em 60 anos. A maior parte do montante, de R$ 16,4 bilhões, será destinado aos primeiros sete anos para a troca de dormentes e trilhos, compra de locomotivas, reforma de pátios de manobras, entre outros.
Apesar do frete rodoviário ser 362% mais caro em relação ao ferroviario para o transporte de fertilizantes, por exemplo, o caminhão é hoje a única opção em MS. Estudo da ANTT mostra que o custo do transporte do fertilizante por carretas é de R$ 14,84 por tonelada, enquanto por trens pode sair por R$ 3,21. O Estado tem potencial de 35 milhões a 40 milhões de toneladas de serem transportados por ano pela ferrovia. A maior parte será composta por celulose (R$ 12,7 milhões), minério de ferro (7 milhões de toneladas), grãos (7,3 milhões), açúcar (2,4 milhões de toneladas) e combustíveis.
O transporte de combustíveis pelos vagões está suspenso há oito anos, desde 2015. Conforme estimativa da ANTT, os caminhões trazem para o Estado 30 milhões de metros cúbicos de gasolina e 56 milhões de metros cúbicos de óleo diesel.
A Malha Oeste é a nova denominação da Novoeste, concessionária entre Bauru e Corumbá. Primeira a ser privatizada no País, em 5 de março de 1996, a ferrovia passou por investidores americanos (Noel Group) e brasileiros (ALL). O fracasso custou caro ao Estado, que ficou sem um dos modais de transporte mais baratos para garantir o escoamento da produção.
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